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Educação

Universidade Júnior 2024: Porta de Oportunidades e Crescimento

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Foto cedida por: Inês Calmeiro

O verão, como habitual, trouxe mais uma edição da Universidade Júnior, uma iniciativa anual da Universidade do Porto, com diversos programas que ajudam jovens dos 10 aos 17 anos a perceber a sua vocação. O JUP falou com monitores para conhecer melhor esta experiência e realizar um balanço da 18ª edição.

 


A 18ª edição da Universidade Júnior (U.Jr.) no Porto decorreu no mês de julho, com diversas atividades destinadas a estudantes do ensino básico e secundário. A adesão de participantes nacionais e internacionais foi bastante significativa, o que contribui para uma grande diversidade de participantes.

Dados oferecidos pela Universidade do Porto (UP) referem que 5.127 alunos do ensino básico e secundário usufruíram de algumas das 118 atividades fornecidas pela U.Jr. (ver programa). Estas experiências são da autoria de mais de 150 estudantes, docentes e investigadores da UP, tendo sido realizadas entre as faculdades e centros de investigação da UP, e em algumas instituições parceiras, como o Museu Futebol Clube do Porto e o Parque Biológico de Gaia. Em contacto direto com os futuros universitários, encontravam-se mais de 400 monitores para os ajudarem a desenvolver as atividades.

À semelhança das edições anteriores, as atividades são adequadas a cada faixa etária, com o objetivo de dar a conhecer as diferentes áreas de estudo que existem na UP a alunos do 5º ao 11º ano de escolaridade, contribuindo para a sua formação vocacional.

Inês Calmeiro e João Barbosa, estudantes do Mestrado em Bioengenharia na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), assumiram o papel de monitores da U.Jr. À conversa com o JUP, partilharam a sua experiência.

“Este projeto tem um impacto enorme nos jovens”, comenta Inês. “Funciona com uma caixa negra do ensino superior que permite aos ‘juniores’ obter testemunhos sobre os vários cursos oferecidos pela UP”. Assim, os estudantes conseguem tomar escolhas informadas, pois alguns “confirmam o interesse que já tinham pelo curso e outros percebem que o que vivenciaram não é o que desejam exercer profissionalmente”, acrescenta João.

A U.Jr. é uma experiência diferente não só para os “juniores”, mas também para os monitores. “Retiro [da experiência] várias competências, não só competências técnicas sobre os tópicos científicos abordados, mas também competências interpessoais”, partilha a estudante. Da mesma forma, João destaca o desenvolvimento de aptidões como o trabalho em equipa e “capacidades de organização e responsabilidade”, além da destreza social necessária para “criar boas dinâmicas entre os alunos e fazer com que todos se sentissem integrados”.

Os motivos que levaram Inês e João a agarrar esta oportunidade prendem-se com a paixão pelo curso e o interesse no ensino. João destaca o facto de ter tido quatro vezes a experiência de participar enquanto aluno na U.Jr. e “ter contactado com monitores excepcionais que proporcionaram umas semanas de Verão divertidas”, o que faz com que sinta “vontade de retribuir à UP aquilo que me foi dado”.

Mariana Ribeiro, docente do departamento de Estudos Portugueses e Estudos Românicos da Faculdade de Letras do Porto (FLUP), também viveu a experiência de ser monitora na U.Jr. e contribuiu com o seu testemunho. A docente afirma que “a experiência foi positiva, no entanto, a transmissão/disponibilização de algumas informações por parte da organização/responsáveis chegou, por vezes, em cima da hora”. Assim, tendo em conta que a U.Jr. “é bem pensada e exige um grande trabalho de colaboração e sintonia entre todos os envolvidos”, Mariana acredita que “é compreensível dada a grande quantidade de responsabilidades a que todos têm que dar resposta”.

De modo a incentivar a descoberta das várias áreas científicas aos mais novos, é proporcionado o programa Experimenta no Verão. Os alunos do 5º e 6º anos tiveram à sua escolha quatro programas semanais com atividades diárias de diferentes áreas.

Os estudantes do 7º e 8º anos puderam usufruir do mesmo tipo de experiência, mas abrangendo um maior leque de áreas, nas Oficinas de Verão. Para os jovens desta faixa etária que já quisessem aprofundar uma determinada área, as Oficinas Temáticas foram a escolha acertada.

Já aos jovens que estão mais perto de ingressar no ensino superior, foi disponibilizado um maior número de atividades nas várias áreas de estudo existentes na UP. Assim, os alunos do 9º ao 11º anos tiveram a oportunidade de participar nos programas Verão em Projeto. Estes consistem em projetos científicos com a duração de uma semana, em que os participantes podem aprofundar conhecimentos de uma área disciplinar e obter a experiência prática da futura profissão. Estes projetos estão sujeitos a um ano de escolaridade mínimo exigido, para garantir o máximo aproveitamento da experiência.

Como único programa quinzenal, tem-se a Escola de Línguas, permitindo a alunos do 5º ao 11º anos usufruírem de um curso intensivo para desenvolver competências numa língua estrangeira à escolha. De forma a serem turmas equilibradas, em algumas línguas, é exigido um ano de escolaridade mínimo, e os participantes são distribuídos consoante o domínio da língua e a faixa etária.

Anaísa Soares, estudante do Mestrado em Ensino de Português e Inglês da FLUP, integrou a equipa de monitores da Escola de Línguas de Inglês, de forma a “aplicar alguns conhecimentos que fui adquirindo ao longo do ano letivo” e “ganhar experiência, visto que ia iniciar o estágio curricular”. A monitora comenta que “a nível pessoal foi muito gratificante” e “a nível profissional foi muito enriquecedor”.

“Foi bom para me pôr à prova”, admite Anaísa, que teve a oportunidade de experimentar realizar um planeamento de aulas e percebeu que “alguns dos jogos e exercícios que foram feitos na U.Jr. podem ser implementados em contexto de sala de aula de modo a gerar mais interesse por parte dos alunos”. A estudante revela que “ainda mantenho contacto com os juniores e o feedback que eles me deram foi muito bom”, mostrando “que têm a intenção de voltar a participar na U.Jr.”

A U.Jr. 2024 ainda fornece cinco escolas temáticas de introdução à investigação, destinadas apenas a alunos do 10º ao 12º anos, cuja participação depende da seleção das candidaturas baseada no sucesso escolar e mérito académico. Estas iniciaram em julho e algumas decorrem até setembro. São estas as Escolas de Química e Bioquímica, Engenharias, Física, Matemática e Ciências da Vida e da Saúde.

Para mais informações e publicações sobre esta ou futuras edições, consulte o site oficial.

 

Artigo por: Roselimar Azevedo 

Editado por: Ana Pinto e Joana Monteiro

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