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Cultura

Paredes de Coura 2024: Diário de Bordo – Parte 1

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De 14 a 17 de agosto de 2024, o habitat natural da música floresceu para dar lugar a um dos eventos musicais mais esperados do ano – o Festival Vodafone Paredes de Coura.

Entre os dias 11 e 12 de agosto, o JUP instalou-se na margem do rio Taboão em duas tendas, num plano um tanto inclinado. O Sobe à Vila, uma espécie de “pré-festival” que visa arrancar os campistas do acampamento e levá-los até ao centro de Paredes de Coura, começou por estes dias, iniciando o crescendo do burburinho musical.

Os primeiros dias do acampamento foram dias de observação. Casta no que diz respeito a acampar neste (e em qualquer outro) festival, admirou-me o contraste entre o momento em que cheguei e o momento em que entrei no recinto a 14 de agosto. Já esperava constatar que, nesta altura do ano, o Taboão desagua num mar de tendas e as suas águas ficam turvas pelo remexer das areias do seu fundo. No entanto, a magnitude do aglomerado de gente impressionou-me, bem como a quantidade de pessoas que deu uso às suas águas frias (geladas).

14 de agosto foi marcado por muitos recém-chegados, que se encaixaram algures por entre tendas imensas, provavelmente em terreno ainda mais inclinado que nós. Foi marcado ainda por vários concertos, nomeadamente dos First Breath After Coma + Noiserv com a Banda de Música de Mateus, Sababa 5, Glass Beams, 800 Gondomar e Model/Actriz.

A parceria entre os First Breath After Coma e o Noiserv remonta a 2016, quando lançaram o single “Umbrae” juntos. Desde então, o laço entre estes artistas só ficou mais apertado, por entre vários momentos musicais e audiovisuais compartilhados. Em 2023, Portugal pediu bis, e eles voltaram a incendiar os palcos por onde passaram: Leiria, Ílhavo, Braga, Porto e Lisboa, tudo esgotado! Atualmente, somaram a Banda de Música de Mateus à sua corrida pelo país, juntando mais de 60 músicos em palco. E assim, esta grande colaboração inaugurou o palco principal num concerto único.

Sababa 5 trouxeram a Coura uma sonoridade peculiar, uma dissolução de diferentes géneros, como música do Médio Oriente e psicadélica. Recentemente, adicionaram à mistura influências japonesas, no álbum “Kokoro” lançado este ano em colaboração com Yurika Hanashima.

Fotografia: Inês Aleixo

Glass Beams assumiram o palco principal, na sequência da emergência médica de um dos membros dos Bar Italia, o qual esperamos sinceramente que já se encontre recuperado e de volta aos palcos! Apesar do balde de água fria, a banda australiana não desapontou. Continuando numa vibe de psicadélica, hipnotizaram os festivaleiros com o seu visual marcado e jazz cativante.

 

 

Por sua vez, 800 Gondomar também entraram em cena no palco secundário, após o cancelamento de um dos concertos mais esperados da noite. Desta forma, o trio de Rio Tinto somou outro concerto em Paredes de Coura, depois de ter atuado apenas uns dias antes no Sobe à Vila, numa atuação enérgica e calorosa, contando com várias músicas do álbum lançado este ano, “São Gunão”.

Model/Actriz entraram em cena perto da reta final da noite. Num espetáculo envolvente e visceral, a banda nova iorquina ofereceu aos presentes uma experiência peculiar. O vocalista Cole Haden, conhecido por incorporar elementos queer na indústria heteronormativa do noise e punk rock, desfilou por entre a multidão, seduzindo o público neste contacto intimista.

O primeiro dia de festival contou ainda com André 3000, Sampha e Killer Mike no palco Vodafone. A multidão vibrou ao som dos cabeças de cartaz, que garantiram que a festa durasse a noite inteira!

E assim, o primeiro de quatro dias repletos de música chegou ao fim.

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