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Editorial | Mundo Novo

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Há muitos mundos e muitas formas de eles acabarem. Mas um fim, despido da sua carga apocalíptica, é só um novo princípio. Um novo mundo. Os finais nunca são eternos, dão sempre espaço a um novo renascer. Não são conclusões, mas saltos para novas etapas e aventuras.

Há mundos que morrem e nascem todos os dias, nuns mais do que noutros, mas este, que dura há oito meses e dispensa introduções, engoliu-nos a todos de maneira a que oito meses pareçam a medida de coisa nenhuma. Oito meses de tudo e de nada. E por isso vale a pena ser registado no tempo.

O tempo é o oleiro dos Novos Mundos: neste passámos a ter mais dele, embora nem sempre tenha significado que o aproveitámos na mesma dose. Para o JUP, este tempo significou observação do lado de dentro da janela de casa e reflexão para a janela do computador – umas poucas linhas na manta de retalhos que a internet fez dos meses de confinamento. Histórias de esperança e outras de dor, fotografias do interior, devaneios e partilhas.

A plataforma virtual foi, nos últimos cinco anos, a casa do JUP, a sua bóia, o seu coming-of-age. A sua modernidade e o seu jovialismo estão patentes na versão online, mas o papel é a marca da resistência ao tempo, e que tempos estes que vivemos. Nele cabem, e couberam ao longo dos últimos 33 anos, as vitórias e derrotas do mundo académico do Porto, Queimas das Fitas, cortejos, dedos apontados às injustiças e muito, mas muito mais.

Aquele que é o “jornal-escola” por excelência no Porto é um farol na escuridão do presente, que se vê agora motivado a imprimir, em preto sobre branco, os seus mantras e a nova realidade em que todos, incluindo ele mesmo, se encontram.

O papel é indelével do molde do JUP, desde a sua fundação, em 1987, até à última edição impressa, em 2015. E mesmo cinco anos e mais gerações de universitários depois, o papel é inspiração, refúgio. Memória.

Os Mundos Novos sucedem-se, os moldes mudam aqui e ali, mas continuamos a caber neles. Em 2020, o JUP regressa em papel para uma edição impressa única, uma cápsula do tempo que regista o que se sentiu, pensou e ansiou, no molde do passado, com a intenção virada para a memória do futuro.

 

Inês Loureiro Pinto e José Miguel Pires

Direção de 2020

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