Crónica

SAUDADE, CAFÉ E LIVROS

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Sinto-te ansioso da tua juventude. Do comboio. Dos cigarros e cafés matinais. De subir a escadaria para a faculdade com os amigos.
Noto que andas com vontade de voltar a escapar às aulas. De certeza que olhavas para o relógio e pensavas que o tempo era um filho da mãe que passava demasiado devagar. Talvez agora te apercebas que não passa assim tão devagar.

Sinto-te desejoso de voltares àqueles tempos em que a tua casa eram os livros, a música e os filmes. Em que a esplanada era sempre melhor opção do que os anfiteatros e salas de aula.
São tantas as histórias que contas: do amigo dotado de uma impressionante memória; do “marrão” que não emprestava os apontamentos a ninguém; do colega que arquitetava genialmente melodias na guitarra; do professor que todos temiam e que, no entanto, tu escolheste.
Vejo-te a nostalgia. Percebo-te a saudade dos verões quentes da tua juventude.
Devíamos voltar lá os dois. Tu, mentor, que já subiu muitas vezes a tal escadaria; eu, aprendiz, que ainda só pisei aqueles degraus uma vez.
Devíamos voltar lá os dois… nem que seja para ouvir(es) os sinos da torre da faculdade badalarem mais uma vez.

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