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Crónica

UM ERRO GRAMATICAL, UM ARBUSTO E UMA MERETRIZ ENTRAM NUMA CRÓNICA

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E eis que chega o tão aguardado meu primeiro texto aqui no JUP. Porém, antes de principiar esta grandiosa produção escrita, desejava informar o leitor para a tamanha parvoíce que irá ler seguidamente. Não me culpe a mim pela escolha do tema (sim, não fui eu que o escolhi, foi um amigo meu, visto que sou demasiado indolente até para refletir sobre o que devo escrever). Se o mundo fosse do meu agrado, o indivíduo que optou por esta temática ridícula deveria ser condenado num auto de fé. Não só ele, como também uns vinte e tal sujeitos desprovidos de intelecto que vituperam a minha qualidade futebolística. Ora, como o mundo é nefasto para mim e também porque, ao que me dizem, essa prática referida anteriormente já passou de moda há alguns séculos, é-me impossível entregar um bilhete de ida a esses sujeitos para irem ter com o Criador dessa maneira tão engraçada (referi este eufemismo, porque é crime apelar à morte). Enfim, infortúnios deste mundo.

Bem, uma vez que não me abasta brio e classe na hora da escrita e como, ainda por cima, vou falar sobre arbustos, mais vale escrever isto sem qualquer tentativa de embelezamento lírico.

De maneira a contextualizar o leitor desatento do mundialmente conceituado jornal Arco-Íris da escola EB 2/3 Augusto César Pires de Lima, terei de relatar o que de místico envolve o arbusto mais conhecido da Europa, Ásia e três quartos de África. Portanto, cá vai: há uns sete anos, um amigo meu cujo nome não irei proferir – está bem, era o Vasco Figueiredo – ameaçou outro amigo meu cujo nome não será revelado – pronto, pronto, era o Tiago Rocha – que o ia empurrar contra aquela espécie de árvore sem tronco e só com folhas bastante pequena. Todavia, esta ameaça foi feita de forma idiossincrática. Vasco Figueiredo declarou as míticas palavras: “Vou empurrar-te contra ali” – ao mesmo tempo que apontava para o até então arbusto que passara despercebido a toda a gente na escola Pires de Lima. O âmago desta questão é o facto de o que foi exclamado ter sido agramatical, porquanto, o que estaria correto era ele ter dito: “Vou empurrar-te contra aquilo” – ou, até mesmo, dado que estávamos no Pires, uma escola pública carenciada, concretizar logo ali a ameaça.

Infelizmente, o arbusto – intitulado, a partir desse momento, de “contra-ali” – ficou abandonado, desde o verão do ano de 2013 até aos dias de hoje. Podia muito bem fazer uma analogia à atualidade de Portugal em relação ao ordenamento de território, mas não vou fazer porque isso, parecendo que não, cansa. Para tranquilizar o leitor aflito, informo que a única notícia que obtive acerca do arbusto é que ainda se encontra no jardim, embora se tenha tornado irreconhecível por razões que me são alheias.

Chegado aqui, o leitor apercebe-se de que, afinal, para além de o texto não ser assim tão bom, o título acaba por ser enganador, dado que não se falou em meretriz nenhuma. Eu bem disse que o JUP ficaria com mais conteúdo e mais leitores se, ao invés de uma coluna minha, houvesse, no lugar dela, aquelas informações que costumam estar presentes nas últimas páginas dos jornais em que determinadas profissionais daquele ramo isento de impostos apresentam o seu contacto… Fica aqui registada uma ideia claramente vencedora. Tanto para o JUP como para os leitores.

 

Miguel Barbosa

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