Crónica
A MAGIA DO NATAL
E num ápice passou o Natal. Altura de muita festa, muito convívio, muitos presentes, muita comida. Na mesa não falta nada, na carteira falta muito. Temos uma mesa cheia, demasiado cheia: o pão-de-ló, o bolo rei e a aletria, que noutra altura qualquer nem nos lembramos que existem, são essenciais nesta altura, por alguma razão. Mas estará a mesa mesmo cheia? Será que é a quantidade de delícias sobre ela que determina que está completa? Não, nem pensar.
O que é o Natal agora que crescemos? Agora que o Pai Natal não existe, agora que já ninguém dá prendas com significado, mas antes uma nota de 20€ para “comprarmos o que quisermos”, agora que vão faltando cada vez mais pessoas à mesa… A cada ano que passa, vai havendo menos uma cadeira, menos um sorriso, menos uma pessoa que antes dava magia ao Natal. O Natal é muito mais que o bacalhau ou que as prendas, é a família reunida à volta de uma toalha, a partilhar histórias e alegria.
Talvez um dia, quando tiver novos elementos na família, o Natal volte a fazer sentido. Porque agora não é mais que um lembrete de que já fui muito feliz e não sabia.