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Crónica

O JOGO DOS EXAMES

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Terminou, no dia 27 de junho, a primeira fase dos exames finais nacionais do 11º e do 12º ano. Vamos ver, a partir de agora, adolescentes entre os 16 e os 18 anos, a trocarem os livros pelos protetores solares, pelo menos aqueles que não tiverem de recorrer à segunda fase. Os smartphones vão tirar fotos em biquíni, em vez de fotos à chuva. Vão substituir as mochilas com cadernos pelas bolsas de praia.

O Festival IAVE, como é conhecido entre os jovens, começou no dia 17 de junho, com a prova de Filosofia do 11º ano. Os alunos ficaram divididos no que toca a exigência da prova, no entanto, a maioria considera que foi mais fácil do que no ano anterior. Segundo os professores, o exame era satisfatório e adequado à faixa etária a que se destina. Portanto, um ponto para cada equipa.

No dia seguinte, destaca-se, entre os demais, o exame de Português do 12º ano. Este ano, sem o incesto habitual e com uma gramática ligeiramente mais rigorosa, sendo que os alunos demonstraram dificuldade em resolver este grupo. Os estudantes ficaram aborrecidos, também, por ter saído “O ano da morte de Ricardo Reis” de José Saramago. Parece que não gostam do fantasma de Fernando Pessoa, preferem-no de carne e osso. Portanto, neste confronto um ponto para os professores. Neste caso, parece que o ponto vai para os professores.

Quarta-feira, 19 de junho, fez-se o exame de Física-Química A para os alunos do 11º ano. A Sociedade Portuguesa de Física alega que a prova era mais fácil este ano do que no ano passado. No entanto, existem preocupações sobre a última questão que requeria mais atenção. Neste exame, a calculadora foi apenas necessária uma vez, o que pode ter levado os estudantes em erro. Porém, a meu ver, a calculadora é sempre útil, nem que seja para fazer dois mais dois. Segundo os mesmos, a prova era um pouco difícil, mas, no geral, correu bem. Ora, tanto os alunos como os professores parecem ter algumas correções a apontar, contudo estão satisfeitos. Por isso, um ponto para cada lado.

Na segunda semana do festival IAVE, destaca-se o exame de Matemática A, realizado no dia 25 de junho. Pela primeira vez e para espanto dos alunos, a prova de matemática foi fácil, dizem eles. Os alunos mostraram-se descontraídos em relação ao exame. Contudo, fico bastante desconfiada. Ainda lhes sai o tiro pela culatra. Demasiada confiança nem sempre é bom. Os professores falam de uma prova não equilibrada e que apenas apela ao raciocínio de uma criança do 2º ciclo. Às vezes, nem isso eles têm. Também, foi realçado o facto de cinco em vinte perguntas serem de difícil resolução. Na minha opinião, este confronto é o mais trabalhoso de analisar. As diferentes posições não coincidem. No entanto, parece que quem ganha são os alunos. Para eles, foi fácil. Por isso, este ponto vai para os alunos.

Assim sendo, os resultados apontam para um empate. Tanto os professores como os alunos têm pontos a favor e pontos contra. Uma balança equilibrada. Pelo menos, todos ficam contentes. Vamos ver se essa felicidade é para durar. As classificações só saem no dia 12 de julho. Até lá, milhares de jovens ficam com borboletas na barriga e com a ansiedade no nível mais alto. Há muita coisa em jogo e estes resultados podem, frequentemente, decidir a vida de um jovem.

Quem irá ganhar o jogo dos exames?