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Artigo de Opinião

TRATAR A SAÚDE COM ADVOCACIA

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Parece ser uma moda desconcertante por diversas partes do globo, a cor de cabelo que acompanha alguns dos políticos mais polémicos dos tempos recentes. Até agora, Portugal tinha-se firmemente afastado desta moda, com os seus políticos incompetentes de cabelos grisalhos e cinza. Porém, em 2018, a moda chegou a Portugal, uma ministra sem competências, sem noção do trabalho a fazer e sem respeito pelos profissionais que mais estão ligados ao seu setor foi nomeada para dirigir o ministério da saúde, Marta Temido, licenciada em Direito e especializada em Gestão Hospitalar.

Desde a sua nomeação, a senhora ministra tem conseguido algo que muitos ministros não conseguiram durante muitos anos, juntar os profissionais da saúde, médicos e enfermeiros numa só voz, que tentam defender ao máximo um sistema de saúde que se degrada cada vez mais a cada ano que passa, e que a senhora Marta Temido tem arrastado para a lama.

Durante o seu curto mandato, a ministra da saúde proferiu declarações de desrespeito e ignorância, quando descreve os enfermeiros como “criminosos” quando estes se encontravam em greve ou quando refere que a ausência de especialistas em zonas mais remotas se deve à inexistência dos mesmos, quando cerca de 700 médicos ficam sem vaga para tirar especialização, levando a um descontentamento que já não encontra nível de comparação há muitos anos.

Até hoje, a ministra continua a controlar o SNS sem querer reforçar minimamente o investimento neste meio. Quer seja melhorando as instalações, ou melhorando os incentivos e condições de trabalho dos profissionais, a saúde continua a ser um setor onde a crise é aceite, e quem o defende é desrespeitado e acusado de conspirar contra o governo, quando na verdade são os verdadeiros defensores que fazem com que o mesmo ainda sobreviva à péssima gestão, ano após ano.

Os enfermeiros veem-se obrigados a trabalhar horas e horas com baixos salários e com contratos que não lhes conferem a oportunidade de ter uma carreira. Os médicos são obrigados a trabalhar com as más condições dos hospitais e centros de saúde e sobre a pressão de avaliar os doentes sempre com o menor custo possível, forçando-os, muitas vezes, a reduzir no número de exames, abrindo a janela para a possibilidade de mais erros de diagnóstico.

Desta forma, a permanência de Marta Temido à frente do ministério da saúde é algo que o PS deve avaliar para a próxima legislação, uma vez que a mesma, além da incompetência, tem demonstrado falta de profissionalismo e incapacidade de resposta aos problemas e exigências, quer dos doentes, quer dos profissionais de saúde.

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