Artigo de Opinião
MATCH POINT PARA COSTA
A poucos dias das eleições e após observação de diversos debates e programas eleitorais, avizinham-se umas eleições que podem trazer grandes e importantes mudanças para o país.
Quatro anos passaram e António Costa prepara-se para tentar vencer de vez a oposição e finalmente governar com a maioria absoluta. Durante o mandato, o Partido Socialista (PS) melhorou os índices económicos de Portugal e mudou a imagem negativa que transparecia para os restantes países. Porém, o partido também se viu envolvido em diversos casos de incompetência e corrupção, como os incêndios de Pedrogão ou o caso de Tancos. Apesar de tudo, espera-se que o Partido Socialista reforce a sua posição nestas eleições tendo entre 45 a 52% dos votos, não pela sua excelência, mas por falta de qualquer outro opositor de qualidade, procurando, caso não tenha a maioria absoluta, uma coligação com apenas um partido, seja ele PAN (Pessoas, Animais, Natureza) ou CDU (Coligação Democrática Unitária).
O PAN deverá ser o segundo partido mais satisfeito com o resultado das eleições. O partido da abstenção e natureza pode ultrapassar o CDS-PP (Centro Democrático e Social – Partido Popular) e juntar-se aos grandes partidos do país. A grande dúvida reside na capacidade que o partido tem para se aproximar da CDU, uma vez que o partido dos velhos do restelo irá ter a mesma percentagem de sempre, resultado dos votos religiosos dos seus apoiantes de há 20 anos. Desta forma, espera-se um resultado entre 5 e 8% para o PAN, mantendo-se a CDU com os mesmos 8%.
O BE (Bloco de Esquerda), de Catarina Martins, deverá manter a sua posição como o terceiro partido mais votado em Portugal, sendo que a mesma posição pode não trazer a mesma satisfação e orgulho do passado. Com a crise palpável da direita, esperava-se que o Bloco de Esquerda fosse um dos partidos que melhor aproveitasse para ganhar votos. Porém, o facto de estar na geringonça impediu Catarina Martins de fazer aquilo que melhor faz: ter uma atitude agressiva para com o governo e ser a voz da mudança, mesmo que por vezes sem referir quaisquer medidas concretas. Assim, o partido perdeu relevância e impacto nos debates, pelo que não se avizinha grande alteração na percentagem de votos em relação às eleições anteriores, esperando-se entre 10 a 15% das intenções de voto.
Por fim, aquela que se prevê ser a grande derrotada: a política de direita em Portugal. Por razões diferentes, mas com resultados semelhantes, os dois maiores partidos da direita vão perder grande percentagem de votos nestas eleições.
O PSD (Partido Social-Demcorata), que afirmava ter ganho as eleições de 2015, decidiu mudar o seu maior representante e abrir guerra interna, fazendo com que passados 4 anos, o partido vá a eleições com um líder que convence apenas metade dos seus colegas e espera, milagrosamente, evitar a maioria do PS e o agravamento da crise interna, através de uma estratégia baseada em risos sarcásticos, promessas da época e fracas acusações ao governo. Espera-se que o maior partido da direita caia para próximo dos 20% de votos, podendo no melhor dos casos ter 25%, graças aos seus apoiantes de longa data.
O grande derrotado da noite deverá ser o CDS de Assunção Cristas, a defensora da classe média-alta, ou por outras palavras, do próprio bolso. Sem qualquer rumo ou estratégia bem definida, Cristas viu-se afundar cada vez mais nas intenções de voto e quer a sua tentativa de bruta agressividade para com o governo, quer a sua tentativa fraquinha de agradar o povo com as promessas do costume, levaram à total perda de credibilidade do partido. Desta forma, o resultado nestas eleições deverá ser bastante amargo, com uma percentagem de voto a rondar os 2,5%.
Em suma, espera-se um aumento dos votos na estabilidade do país e a afirmação, ao fim de muitos anos, de um novo partido no panorama nacional, sempre com a crença de que seja desta vez, que a abstinência não seja a vergonha dos anos anteriores.
Fontes: Sondagem da Intercampus e Sondagem do ISCTE