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Crónica

FELIZ ANO NOVO E UM BOM NATAL PARA O ANO QUE VEM

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10… 9… 8… 7… 6… 5… 4… 3… 2… 1… Feliz ano novo!

Assim se inicia mais uma viagem do nosso planeta, em torno do sol, desde o ponto onde estamos agora até, mais ou menos, ao mesmo sítio. Desejo então, a todos, um grande anão, ou o maior possível que consigam encontrar. Em todo o mundo se celebra este dia, com emoção. As pessoas vão para a rua, estão com a família e amigos, estão felizes (ou pelo menos aparentam estar), e assim passam mais uma noite, para que, no final, possam regressar aos seus aposentos, cansados, para dormirem até muito tarde (exceto aqueles que têm de acordar cedo no dia seguinte. Os meus sentimentos para vós).

Tal como muitos milhares de cidadãos, eu saí à rua na noite do dia 31. Ali fiquei, no meio da praça, observando o lindo espetáculo pirotécnico que o município preparou para nós, com tanto trabalho, dedicação e muita vontade de ver o seu povo contente, esquecendo os muitos problemas que vivem. É bonito ver tantos sorrisos. Pessoas a abraçarem pessoas, beijos para aqui e beijos para acolá, ah… tanto sentimento… Todos desejam um bom ano a toda a gente, todos te desejam muito sucesso. Tanta compaixão! Os amigos conversam às gargalhadas. Sente-se o amor e o afeto no ar. É tudo tão lindo!

“Bom ano para si, minha senhora!”, “Bom ano para ti, meu amigo de longa data!”, “Bom ano para si, minha tia que só vejo duas vezes por ano!”, “Bom ano para ti, meu grande amigo cuja existência já se começava a desvanecer da minha cabeça!”. Bem, o que me parece a mim é que esta expressão, “Bom ano!”, que todos acabamos por nos fartar de a ouvir em algum momento (geralmente por volta da terceira vez), tem um significado altamente abrangente. Lá no fundo, a sua função é cobrir todas as festividades que estão para vir, “Bom carnaval!”, “Boa páscoa!”, etc… tudo isto se mete no saco do “Bom ano!”. Este é, sem dúvida, um ótimo truque, visto que a maior parte das pessoas não se volta a ver até ao ano que vem, e não terão a oportunidade de desejar, sempre, felicidades. Cada um recupera os seus cansaços, as suas apressadas rotinas e a vontade de estar longe de pessoas, entretanto vamos voltar a esquecer os seus nomes. Esta ideia incomoda-me. Infelizmente, é real. No entanto, qual é a necessidade disso? Durante uma noite vemos multidões a vender, gratuitamente, amor, mas depois disso voltam todos às suas vidas carrancudas, com uma careta carrancuda. Qual é a necessidade? Porque não voltarmos às nossas vidas carrancudas com um sorriso?

Meus amigos, este povinho está todo no mesmo barco. Um barco com dois buracos, um remo partido, sem suprimentos, rodeados por uma imensidão tão rica de vida, mas que nós não podemos consumir. Estamos só, a sós, aqui, todos juntos mas cada um por si. Por que damos amor, de graça, apenas durante os dias especiais? Por que não todos os dias? Precisamos de união! Precisamos de deixar de parte este negócio de amar para ser amado. Que se lixem as resoluções superficiais de ano novo. Que interesse tem prometeres que a partir de hoje vais ao ginásio três vezes por semana, para além do interesse das aparências e de agradar às massas? Façamos novas promessas! Doravante seremos bons para os outros pura e simplesmente porque as pessoas precisam da nossa bondade.

Nós precisamos de nós!

Assim sendo, não nos deixemos cair na tentação de ficarmos apenas na companhia do nosso umbigo até ao próximo ano. Liguemos então, uma ou duas vezes, a um amigo, para ver como anda a vida, e mais tarde talvez não tenhamos que desejar um feliz ano novo e um bom Natal para o ano que vem, mas sim um feliz ano novo a até daqui a uns dias, vale a pena irmos vendo as pessoas apenas por vontade, e não porque as convenções sociais assim o demandam.

Que se liberte o amor, preso neste mercado financeiro!

Que haja amor todos os dias!

E, por fim, que tenham todos um bom ano, cheio de momentos ao lado de quem gostamos, e que ninguém reserve o seu amor apenas para os últimos dias do ano!

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