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Artigo de Opinião

Adaptar a Distância às Avaliações

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Vivem-se momentos de tensão dentro da comunidade académica. Se este semestre foi marcado pela incerteza, por certo, está ainda por vir a incógnita que marcará o período de avaliações.

Estudante soa a juventude e como toda a gente sabe, tecnologias acompanham esta gente jovem de mão dada. Portanto, não foi nem será desafio tão grande assim utilizar os meios tecnológicos ao nosso dispor para atingir a aprendizagem que nos conduzirá ao sucesso académico.

Por sua vez, docentes trabalham arduamente para acompanhar os avanços e resolver a situação da melhor forma possível. Relembrar que essa forma pressupõe, espera-se, êxito para o estudante. Entre aulas gravadas, videoconferências no Zoom ou no Teams, tutoriais originais ou do YouTube, documentos suplementares aos suplementos que existiam já, as possibilidades estendem-se. Cada regente escolhe, executa, o aluno adapta-se, porque o professor já adaptou. A falta de coerência observada de unidade curricular para unidade curricular é apenas dano colateral; são já tão confusos os dias de hoje que não parece prioritário pensar em organização.

Exames online são um teste à internet lá de casa mas sobretudo à paciência e gestão de stress do aluno que terá de esperar preciosos minutos pelo carregamento da página devido à sobrecarga da rede.

Segue-se a possibilidade de formatos de exame que incluem infinitas escolhas múltiplas ou verdadeiros e falsos apresentados para resolver online num espaço de tempo definido e, este, infinitamente curto – enquanto isso, o cão quer ir à rua, a avó está a aspirar a casa, está a dar o filme de animação preferido do irmão mais novo, os pais também têm teletrabalho para fazer – isto é, verdadeira avaliação de gestão de stress, a qual é já realidade, mesmo antes da implementação de avaliações online.

Acredita-se que a chave para a resolução do problema é precisamente essa: adaptar. Porém, por adaptação entende-se fazer exatamente a mesma coisa, mas à distância. Porque para fazer face à novidade recorre-se à norma.

Assim, trabalhos de pesquisa ou perguntas longas, acompanhadas por tempos mais flexíveis de resolução, e as quais dão espaço a maior reflexão são caminhos considerados mas, afiguram-se pouco apropriados. Compreende-se que estes possam acrescentar trabalho e carga horária aos docentes, mas também isso acontecerá para os estudantes. O que deixa de lado a compreensão é o valor, ou talvez a falta dele, de competências que permitam formar profissionais capazes de raciocinar, resolver problemas desenvolvendo e/ou organizando ideias, recolhendo informação e obtendo esta informação de fontes fidedignas. Pois com a adaptação prende-se com o dar prioridade ao desenvolvimento da capacidade de decorar informações e de debitar essas informações num curto espaço de tempo. Pretende-se impedir a fraude por medidas que só darão azo à criatividade do estudante para desenvolver métodos para as implementar. Poderemos, talvez, posteriormente, tirar proveito desta criatividade para encontrar profissionais capazes de desenvolver ideias, sim.

Vivem-se momentos de tensão dentro da comunidade académica. Não obstante, vivem-se também momentos de tensão fora dela. Volto a reforçar, adaptar. São tempos estranhos estes; soluções estranhas precisam, então, de ter a oportunidade de ser testadas.

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