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Artigo de Opinião

A presença das energias renováveis em Portugal

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Perante a ameaça de um futuro num planeta insustentável, os portugueses começaram a preocupar-se cada vez mais em cumprir o seu papel na preservação do Planeta Terra. Com o intuito de atingir esse objetivo e tentar emendar os danos provocados até à data, ficou evidente a importância do recurso a energias renováveis para substituir as energias fósseis, dado que, além de promover uma melhoria ambiental, favorece também um aumento do bem-estar económico do país.

Apesar de ainda recorrermos bastante às energias fósseis, tais como o gás natural, o nosso país tem apostado cada vez mais nas energias renováveis, nomeadamente biomassa, hídrica, eólica e solar. Em 2019, 51% da eletricidade já provinha de energias renováveis, sendo assim uma das percentagens mais elevadas entre os países membros da União Europeia, ficando apenas atrás de países como a Dinamarca, a Noruega e a Irlanda.

O alcance desta alternativa é impressionante, visto que a sua procura excede o consumo pessoal, alcançando o mundo empresarial. Cada vez mais empresas automobilísticas investem em carros movidos a energia solar, enquanto outras, como é o caso da empresa IKEA, começam a apostar no uso de painéis fotovoltaicos a fim de obter energia.

Embora as energias renováveis sejam certamente apelativas, a sua disponibilização é algo mais complicado de concretizar. Qualquer produto passa por duas fases: a ideia e a produção. A ideia de disponibilizar energia com recurso a fontes naturais é a fase mais simples. A fase da execução é fundamental – é o que torna a ideia real -, mas é também a mais complexa, porque requere solucionar e ultrapassar obstáculos. Por isso, é conveniente analisar e compreender as vantagens e desvantagens de cada uma destas energias.

Comecemos por estudar a energia da biomassa. Nos últimos anos, Portugal tem investido nos reforços das centrais de biomassa e instalado mais centrais pelo país. Pessoalmente, considero esta opção a mais controversa de todas. Se é verdade que o preço e a qualidade de preservação dos equipamentos contribui para uma elevada procura deste tipo de energia, a fonte de criação desta energia coloca em perigo a fauna e a flora, além de por em causa a sobrevivência de várias espécies – se bem que, para muitas pessoas, a escolha entre o dinheiro e a preservação de ecossistemas não são propriamente um dilema.

No que diz respeito à energia hídrica, este tipo de energia produz-se em barragens construídas sobre cursos de água. A energia hídrica é a principal fonte de eletricidade em Portugal e já é produzida em grandes quantidades, com mais de 100 barragens em funcionamento. O maior inconveniente associado a este tipo de energia são os custos de manutenção e reparação das barragens, já para não falar das alterações nos ecossistemas derivados da construção dos reservatórios e dos efeitos que a erosão dos solos provoca na vegetação que rodeia as barragens – mais uma situação que testa os verdadeiros interesses do homem.

Já a energia solar é a opção mais barata e, por isso, não é de admirar que Portugal esteja entre o grupo de países que mais aposta nesta fonte de eletricidade. A mínima necessidade de manutenção desta energia atraiu grupos empresariais, tais como a Central Fotovoltaica Hércules e a Central fotovoltaica da Amareleja, bem como milhares de pessoas que têm painéis fotovoltaicos instalados nas casas de forma a produzir a sua própria energia. Os benefícios deste tipo de energia proporcionam uma excelente fonte de investimento na produção e eventual venda de energia, como se pode confirmar com base em eventos recentes. A sua mínima eficiência e a indisponibilidade perante fatores meteorológicos e geográficos, que dificultam a sua preferência como substituição das energias fósseis.

Resta-nos apenas analisar a energia eólica, que tem liderado o recurso às energias renováveis, com a acumulação de 25% de energia. Atualmente existem mais de 3.000 geradores eólicos que produzem mais de 20.758 megawatts de eletricidade. Se, por um lado, requere pouca manutenção, diminui a emissão de gases de efeito de estufa e gera investimento em áreas desfavorecidas, por outro, o custo dos geradores e a eventual falta de vento para os mover e gerar energia faz com que este tipo de energia seja, na minha humilde opinião, uma aposta tão limitada como a energia solar.

Do meu ponto de vista, eu acredito sinceramente que, com algum tempo e estudo, todos estes tipos de energia estarão ao nosso alcance. Deste modo, Portugal precisa de investir em todas as energias renováveis e aplica-las de forma estratégica, a fim de retirar melhor proveito. A aposta na energia solar foi um excelente sucesso, mas tal como os outros tipos de energia, este tem limites que podem ser compensados pela aplicação de outros tipos de energia nos locais em que este não tem tanta utilidade. No entanto, isso só será possível se finalmente começarmos a considerar cada um deles investimentos lucrativos.

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