Devaneios

questão eterna

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nasci com um ponto
de interrogação
no meu corpo

quem sou eu?
eu não sei
e será que algum dia saberei?

olho-me ao espelho:
sou-me estranha;
como poderia ser a mesma?
quem fui ontem
já não sou hoje
e em cada dia me mudo,
no passar das horas
me reinvento

a resposta tem de me estar na alma;
só ela completa a minha carne
feita de “tudos” e de “nadas”

quem me conhecerá?
diz-me o que sabes de mim
ó tu que também sangras
a dúvida existencial

quem me saberá?

o meu semelhante responde:
vence na paciência e descobrirás

 

Artigo da autoria de Sandra Luísa Soares

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