Devaneios

Bem me quer

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Pequenos jogos de acaso, condenam até os que o destino parecia ter unido.

 

Dizes que me queres, mas sei que é em vão.

Palavras que correm livres e sem destino

Até mim se dirigiram, num passo acelerado.

Era efémero. Perdi-as de vista.

 

Se o branco se desvanece,

E a felicidade se funde com a solidão,

Perdemos, palavra a palavra, o que nos unia.

 

Termos que abraçam

Intercalados com golpes subtis e intrusivos

Atraem, prendem, rasgam e rebaixam.

 

Esquecer é a única escapatória,

Temporária e forçosa.

Sem rumo, na procura de um amparo seguro.

 

E fico de novo a deambular confusa,

Por entre curvas infindáveis da mente.

Bem me queres,

Mas mal me tratas.

 

Artigo da autoria de Beatriz Coutinho

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