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Opinião

A (in)experiência de viver

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A vida é uma incrível (in)experiência que todos temos o privilégio de presenciar.

Uma viagem difícil no processo de crescimento como indivíduos – há que amadurecer, escolhendo as nossas armas, as nossas batalhas,  e decidir como vamos enfrentar cada uma delas nesta mudança interminável ao longo da existência que é dolorosa, até, mas necessária.

Enfrentar as nossas inseguranças em vez de escolher opções descomplicadas; ignorar os nossos problemas; saber quando desistir de qualquer tipo de relação com pessoas que não adicionam nada à nossa vida; decidir quando está na altura de nos resignarmos de forma a que seja possível atingir o nosso potencial máximo e sermos a melhor versão de nós próprios – afinal é isso que todos queremos – a melhor versão, a ideal, a vitoriosa.

Saber quando está na altura de priorizarmos o nosso bem-estar em detrimento da opinião dos outros ou daquilo que a sociedade determinou como o caminho que devemos seguir torna-se fundamental nesta demanda.

O momento presente é efémero, nunca mais vamos voltar a estar exatamente na posição em que nos encontramos agora porque o tempo não cessa, não interrompe transformações nem lições de vida e tudo aquilo que tente desvalorizar este momento individual de aprendizagem não deve ter um lugar na nossa viagem.

Aprender a tomar decisões é uma das partes mais complicadas do desenvolvimento de cada um, sobretudo no que diz respeito à decisão de desistir do que nos faz mal, do que nos castra a aprendizagem e o progresso. A esperança não morre, não pode morrer, apenas se arrasta em desilusões dolorosas, inesquecíveis, imprescindíveis, no entanto.

Desistir, assumir um «atalho», é sempre visto como algo negativo, como sendo o caminho facilitado pela mudança forçada. Fazer essa escolha, renunciar àquilo que é encantadoramente mais suportável não nos diminui como pessoas, mas também não faz de nós lutadores idealistas e certos dos percursos que traçamos.

Crescer é uma escolha e tomar as decisões custosas que nos permitem atingir um novo patamar de maturidade pode ser algo sofrido, um castigo.

Conseguir escolher quais as batalhas que valem a pena lutar, antecipar a dor da lição que tem de ser aprendida exige um grande esforço intelectual, não pensemos o contrário, pois é exatamente essa a escolha que temos que enfrentar com frequência, visto que não existimos para apenas tentarmos viver a  vida ao máximo; existimos, sim, para aprendermos lições, uma atrás da outra, num encadeamento melodioso ou ruidoso, sempre decididos a caminhar numa evolução que fará de nós pertinentes, interventivos no papel que escolhemos para nós.

Amadurecer, crescer – qualquer que seja o nome que lhe dermos -, é uma opção árdua e que nem todos estão dispostos a aceitar, mas não nos podemos diminuir ou entregar ao medo porque maior do que sobreviver, terá de ser a vontade de viver.

Apenas o próprio pode determinar que tipo de pessoa quer ser e que tipo de pessoas quer ao seu lado. Apenas o próprio pode distinguir entre quem está de passagem na sua vida, aprendendo a lição que essa pessoa lhe trouxe e deixando-a ir, quando assim tiver de ser; apenas o próprio decidirá quem será uma presença constante no seu trilho ao longo de todos os momentos. Mais importante, apenas o próprio se poderá libertar de todos quantos ficam desconfortáveis com o seu crescimento.

Permanecer dentro de uma «caixa» confortável que foi criada para/por nós, onde não há vulnerabilidades ou sair para um mundo, quiçá, desconfortável na busca do nosso espaço, do nosso lugar, é uma escolha.

Sermos nós próprios, genuínos, seguros, envolve um longo caminho. Muitos ficarão para trás, estagnados na «caixa» do medo, do receio de exclusão; outros, maiores que todo este desconforto da incerteza, continuarão em frente e só assim haverá dias melhores, sapiências construídas, uniões impensáveis que levarão a descobertas e consequentes sucessos.

 

Artigo da autoria de Bárbara Pires

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