Devaneios
Seja feita a sua vontade, Ó liberdade assassina
Ser livre dói.
Ter esperança agasta.
Ser parvo cansa.
Na liberdade só acredita
o parvo que ainda não se cansou.
Do peso da liberdade se livra
o parvo que a esperança matou.
O que, na verdade,
a liberdade implica,
é fé num nada que
ao mundo nunca chegou
É à sombra da liberdade
que o fado descansa.
Na água de um rio,
o livre vê o parvo
e não a esperança.
E a haver uma réstia de verdade
que sustém a teia de mentiras,
que seja a Sra. Liberdade
a admitir a sua sina.
(Seja feita a sua vontade,
Ó liberdade assassina!)
Artigo da autoria de Inês Araújo Silva