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Artigo de Opinião

Terminei o curso. E agora?

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Sem sentir o sabor do que o futuro nos reserva, somos desde cedo sujeitos à eleição de um curso universitário com o qual nos identificamos. De outro modo, é-nos expresso que o fracasso chegará, bem como a supressão do sucesso profissional, recursos monetários e status social.

Mentalidade essa obsoleta, é até ao momento vulgar em muitos dos jovens académicos – estes que se vêm forçados a percorrer a direção imposta pelos seus familiares, professores e a sociedade no seu completo.

Optar por um curso renomado, acertar o rumo de primeira, deter as mais excelentes notas da turma e incorporar o máximo de atividades extracurriculares exequíveis acaba por nutrir uma certa segurança, mas bloquearão estes fatores a nossa entrada no desemprego? Ou até com que um imprevisto da dimensão de uma pandemia global emerja repentinamente e vire a nossa vida do avesso?

Eventualidades surgem, dirigindo-se ou não pela estrada mais usual. A sede de conquista pelo arquétipo de perfeição é grande, mas em verdade afirmo que a chance de êxito é cabeluda com ou sem diploma. Afinal, a graduação nunca determinará o fim, mas o início de uma longa jornada de especialização e experiência.

Assim sendo, ainda que a sensação de dever cumprido após a conclusão da licenciatura seja avultada, somos invadidos por uma onda de incertezas, questionando-nos acerca da etapa seguinte. Afinal, qual é o cenário correto? Realizar um estágio profissional, prosseguir formação, arriscar e investir num projeto pessoal, ingressar numa nova área profissional ou decidir-se por um gap year? Não existe um veredito claro. O medo incessante em não vencer na vida espalha-se no íntimo de cada um, ora numa fase inicial de escolha do curso, ora na proximidade da entrada no mercado de trabalho. Então, porque não fugir ao esperado?

Mais respeitável que atingir o sucesso profissional, é sentir-se vivo. É partir em busca de experiências e estar ciente de que estas poderão, com tal força, se tratar de um novo emprego ou de um ano de interrupção. Afinal, todos eles são modelos viáveis de aprendizagem, e servirão como bagagem quer para te descobrires a ti, à tua vocação, gostos e planos futuros, seja para te sentires perfeitamente apto para agarrar o teu primeiro emprego.

Artigo da autoria de Sara Terroso