As oportunidades do tempo

Com o fim de mais um ano, cria-se uma oportunidade de reflexão sobre o que o ano que agora acaba nos trouxe e sobre aquilo que queremos que o novo ano nos traga. No entanto, o tempo por si só não é capaz de fazer nada. O tempo oferece-nos a oportunidade de fazermos algo importante com ele; de refletirmos sobre quem somos e sobre quem queremos ser. O tempo é uma ferramenta que usamos para fazer planos e delinear objetivos, mas não é o tempo que vai tornar tudo isso possível, pois essa tarefa é somente nossa.

As pessoas gostam de pedir desejos durante a celebração do ano que aí vem, e de exprimir os seus sonhos na esperança de que se concretizem, mas isso não basta. Apenas o trabalho árduo nos permite concretizar os nossos sonhos. Nada conseguimos sem ele. Contudo, o tempo ajuda – dá-nos margem para falharmos e tentarmos de novo; para conquistarmos um objetivo e começarmos a trabalhar no próximo; para sonhar, ver os sonhos falhar e aprender a sobreviver a isso.

O próximo ano, neste momento, é um desconhecido: um amigo que ainda não conhecemos; um amor que ainda não vivemos; uma deceção que ainda nem imaginamos que está para chegar; desejos e desafios que estão por vir. Porém, tudo isto é ainda uma incógnita; um presente oferecido pelo tempo que todos os anos (aliás, todos os dias) nos dá a oportunidade de criar um novo rumo.

Para este novo ano devemos usar o tempo que nos é dado pra viver e aproveitar a vida, para ir atrás daquilo que desejamos. Todavia, isso não é suficiente, pois é também preciso ter um pouco de esperança de que as nossas escolhas nos levarão pelo caminho certo, de que coisas boas estão à nossa espera se deixarmos o tempo fluir e se fizermos aquilo que é suposto: dar a nós próprios a oportunidade de agarrar o futuro que nos espera e aproveitar da melhor forma possível tudo o que ele tem a oferecer.

Neste novo ano, o medo não pode ser maior do que a ambição, da mesma forma que a coragem para fazer escolhas arrojadas tem de se sobrepor ao desejo de estabilidade e à vontade de não sair fora dos limites daquilo que é conhecido e confortável.

O tempo é algo extraordinário, mas nunca suficiente e, por isso, o melhor é utilizar todo aquele que temos e deliciarmo-nos a descobrir tudo aquilo que o nosso tempo trará e todos os caminhos por onde seremos guiados.

Para este novo ano vamos, somente, desejar ser capazes de o aproveitar.

Artigo da autoria de Bárbara Pires