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Crítica

Harry Potter: Return to Hogwarts

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Aparentemente o relógio usado no terceiro filme da saga foi novamente útil, tendo aquelas três voltas levado os criadores e os atores de volta aos sets onde outrora fizeram a magia acontecer. O início de 2022 foi brindado, então, com uma celebração terna dos 20 anos do início desta série de filmes que não só abalou o mundo com a sua saída, como também continua a tocar os corações de todas as gerações.

O marco destas duas décadas juntou novamente parte do cast e da equipa de produção e direção nos exatos espaços que terão sido a casa daqueles e de tantos outros durante cerca de dez anos. Entre os presentes, pode-se destacar o trio de ouro da casa de Gryffindor, para sempre na pele de Daniel Radcliffe (Harry Potter), Emma Watson (Hermione Granger) e Rupert Grint (Ron Weasly), não deixando de mencionar o inevitável aparecimento da maioria da família Weasly, bem como de parte dos Malfoy, do eterno Hagrid e de ‘aquele cujo nome não deve ser dito’, atualmente já provido de um nariz, dando-lhe um aspeto muito menos sinistro.

Para além disso, pela primeira vez, foi dado protagonismo aos quatro diretores – Chris Columbus, Alfonso Cuáron, Mike Newell e David Yates -, e, apesar de todas as polémicas em que a autora se viu envolvida nos últimos tempos, J. K. Rowling, marcou a sua presença, ainda que breve, para prestar algumas palavras sobre parte do processo por trás dos filmes, afinal, há quem defenda que há que se separar o artista da sua arte.

O reencontro tipo documentário faz uma viagem por cada um dos oito filmes, emergindo especialmente os atores principais, mas com certeza também o público, numa onda de nostalgia e emoção. Lágrimas deslizaram pelos seus rostos, ao mesmo tempo que os sorrisos face às memórias recordadas se desenhavam nos seus lábios. É, com certeza, um conjunto de momentos de ternura e celebração para aqueles que tanto fizeram para que a saga fosse tão amada como foi, é e definitivamente continuará a ser.

Os espaços onde toda a ação foi criada estão intactos, quando feita uma comparação com o passado. Aliás, sem querer revelar demasiado, é garantido que o aspeto do grande salão está suscetível a deixar  os mais sensíveis boquiabertos de espanto e de emoção. Também as salas comuns das casas rivais de Gryffindor e Slytherin são espaço de reencontro dos atores após uma década do fim da produção da franquia. Todos os locais continuam providos daquele ar acolhedor e quente tão característico, ainda que as roupas sejam de inverno, o que causa a inevitável sensação de reencontro de uma família distanciada pelo simples passar do tempo, na época das festividades de fim de ano. É claro que este sentimento pode muito bem ser influenciado pela estreia deste documentário ter sido exatamente no dia de Ano Novo.

Harry Potter: Return to Hogwarts só pode ser, portanto, um lembrete de que, não importa o ano ou a idade, a série de filmes é no mínimo reconfortante. Pelas palavras do ator que interpretou o gigante Hagrid (Robbie Coltrane), “Podes facilmente estar a vê-los daqui a 50 anos. Eu não estarei aqui, infelizmente… Mas o Hagrid estará, sim.”

Artigo da autoria de Joana Oliveira