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Opinião

Este Mês no Espaço: Janeiro 2022

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12 de Janeiro: Investigadores calculam que existam cerca de 4 triliões  buracos negros no universo

Apoiando-se no processamento computacional e no software desenvolvido pelo investigador Dr. Mario Spera, o aluno de doutoramento Alex Sicilia, supervisionado pelo Prof. Andrea Lapi e pelo Dr. Lumen Boco, acompanhado por outros colaboradores da SISSA e por outros institutos nacionais e internacionais, publicou um estudo que estima a existência 4 triliões de buracos negros no universo.

O estudo refere também outra conclusão bastante interessante: cerca de 1% de toda a matéria bariónica está condensada em buracos negros do tipo estelar.

O estudo destes corpos celestes misteriosos é essencial para compreender a história do universo, a evolução e formação de galáxias e testar importantes hipóteses relacionadas com as forças gravíticas e eletromagnéticas, e a teoria da relatividade.

Representação artística de um buraco negro. Fonte: NASA

18 de Janeiro: Conferência de imprensa da ESA revela os principais temas da Space Summit do mês de fevereiro

A conferência de imprensa do diretor geral da ESA foi dedicada à divulgação dos planos da agência espacial para este ano e serviu também para explicitar o que se espera da ESA Space Summit, que irá decorrer dia 16 de fevereiro, em Toulouse.

A cimeira incidirá sobre os temas de exploração humana espacial (envio de astronautas europeus para o espaço sem ser em contexto de programas de colaboração internacional), competitividade espacial e aquecimento global, e acabará com um discurso por parte do Presidente Francês, Emmanuel Macron. O Diretor Geral da ESA, Josef Aschbacher, acredita que a cimeira representará uma oportunidade para convencer os estados-membro da União Europeia de que um investimento na Agência é um investimento no futuro, referindo ainda a importância da Lua e do espaço sideral como futuras zonas económicas.

Neste momento, tanto os EUA como a Rússia e a China têm capacidades de voo espacial humano. Já a Índia anunciou que o seu próprio programa poderá começar a lançar os primeiros astronautas para o espaço durante o próximo ano. No caso da União Europeia, apesar de ainda ser dependente dos Estados Unidos e da Rússia para enviar astronautas para o espaço, a ambição para isso mudar já foi expressa várias vezes por Aschbacher desde outubro do ano passado.

Diretor General discursa em conferência anual da ESA. Fonte: Tom Kimmell Photography

18 de Janeiro: Starlink ultrapassa os 2 000 satélites em órbita

Um foguetão Falcon 9 levantou voo às 21:02 horas (EST) com uma carga de 49 satélites Starlink. Com este lançamento, a empresa SpaceX ultrapassa a marca dos 2 000 satélites lançados. Note-se que este número engloba satélites que entretanto deixaram de estar operacionais ou que saíram de órbita. Neste momento o número de satélites estimados como operacionais é de 1 495, incluindo os 49 lançados no passado dia 18. A comunidade científica mostra preocupação com os efeitos negativos que esta quantidade de satélites poderá provocar em futuras medições astronómicas.

O programa Starlink visa o fornecimento de uma conexão à internet via satélite (mais especificamente via uma rede de pequenos satélites em baixa órbita, a 550 km de altura) e é uma ferramenta particulamente útil para pessoas em regiões remotas e com falta de infra-estruturas. Atualmente, a empresa tem permissão para ter 4 408 satélites em órbita, mas tenciona avançar com um pedido à Comissão Federal de Comunicações de obtenção de uma licença para colocar 30 000 objetos em órbita na próxima geração desta tecnologia.

Descolagem do foguetão Falcon 9 no Kennedy Space Center. Fonte: SpaceNews.com

19 de Janeiro: Telescópio Hubble captura imagens que mostram um buraco negro a contribuir para a criação de novas estrelas

Os buracos negros são conhecidos pelo seu poder destrutivo, no entanto, também são essenciais para a criação de novas galáxias. Uma equipa de cientistas da NASA e da ESA, conduzida por Amy Reines, analisou espetroscopicamente a galáxia anã Henize 2-10, que está a 30 milhões de anos-luz da Terra, e concluiu que o buraco negro no centro desta estava a contribuir para a rápida expansão da galáxia.

O buraco negro foi diretamente correlacionado com a formação de um cluster de estrelas a cerca de 210 anos-luz. O fluxo de gás a alta temperatura que é expelido do buraco negro embate nesta região, que já é populada por uma grande quantidade de gás densamente agregado. Esta colisão de baixa velocidade (cerca de 1,6 milhões de km/h) cria um caminho de estrelas ao longo do trajeto do fluxo.

Imagem capturada pela Hubble. Fonte: NASA

24 de Janeiro: James Webb chega ao destino final, o ponto Lagrange 2

O projeto de 10 mil milhões de euros da NASA chegou ao destino final, após um mês de viagem. O ponto de Lagrange 2 fica a 1,5 milhões de quilómetros da Terra e foi o local de estabilidade gravítica escolhido como ponto de observação do telescópio.

Apesar de a viagem já ter terminado, ainda há muito a fazer antes de se começar a receber as primeiras imagens vindas do espaço. No decorrer dos próximos 5 meses, o telescópio vai ter que executar duas grandes tarefas: alinhar precisamente os 18 segmentos hexagonais que constituem os espelhos primários do telescópio (este passo demorará cerca de 3 meses), e configurar o espelho secundário. Estes processos requerem precisão nanométrica para garantir a melhor qualidade possível de imagem.

As primeiras imagens devem chegar à Terra no fim de junho ou início de julho, e já se escolheu o alvo fotográfico: a estrela HD 84406 da constelação Ursa Maior.

Representação do telescópio e dos seus componentes. Crédito: fuentitech.com

Texto por Inês Silva Santos. Revisto por Maria Teresa Martins.