Artigo de Opinião

Dia Escolar da Não Violência e da Paz

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No dia 30 de janeiro celebra-se o Dia Escolar da Não Violência e da Paz. Esta data, instituída pelo poeta Llorenç Vidal, foi implementada em 1964, primeiro em Espanha e, mais tarde, em todo o mundo. Este dia é celebrado como forma de referência à data de falecimento do pacifista Mahatma Gandhi.

Inicialmente, podemos questionar a necessidade de celebrar este dia, mas obteremos facilmente uma explicação através de estatísticas. Segundo dados recolhidos pela APAV em 2019, foram identificadas 150 situações de bullying, numa média de 3 casos por semana. Já em 2018, identificaram-se apenas 86 casos. O acréscimo é notório, assim como os casos de bullying e violência entre jovens em ambiente escolar, que vemos todos os dias em noticiários.

Quando nos referimos a violência, neste contexto podemos incluir tanto a física como a mental, igualmente dolorosa e opressora. Por vezes, são as razões mais insignificantes que levam a estas ações, mas o bullying tem consequências pesadas no futuro de qualquer pessoa, e molda a personalidade de quem dele sofre de uma forma indescritível. É natural que destes atos surjam sintomas como baixa autoestima, isolamento, ansiedade e depressão, recusa de ir à escola, alterações de sono, náuseas e vómitos e até um comportamento agressivo. Este pode criar problemas a longo prazo, como por exemplo dificuldades em relacionar-se com outras pessoas, pouca capacidade para conseguir manter relacionamentos e até pouca rentabilidade e confiança.

Já todos podemos ter tido contacto com histórias semelhantes, direta ou indiretamente. Se houver conhecimento de que casos como estes acontecem perto de nós, é crucial que saibamos denunciar e ajudar a vítima. É também importante estarmos atentos aos que nos rodeiam – irmãos, primos, sobrinhos -, pois não sabemos o que poderão estar a passar ou o que poderão fazer outros passar.

Existem inúmeras linhas de apoio disponíveis, capazes de ser uma voz de conforto para quem mais precisa, como:

  • Linha Jovem – 800 208 020 (todos os dias das 9 horas às 18 horas);
  • Linha SOS Bullying – 808 962 006 (2ª a 6ª f. das 11h-12h30 e das 18h30-20h) e-mail: bulialuno@anprofessores.pt;
  • SOS Estudante – Apoio emocional e prevenção do suicídio. 96 955 45 45 ou 808 200 204 (das 20h à 1h, chamada local);
  • Centro SOS-Voz Amiga –  Ajuda na solidão, ansiedade, depressão e risco de suicídio. 21 354 45 45 (diariamente das 16 horas às 24 horas).

Acima de tudo, o mais importante é educar. Educar para a aceitação e bondade e não permitir que estas situações continuem. Saber ver e ouvir: palavras e atitudes às quais, por vezes, não ligamos, mas que podem mostrar-nos que algo não está bem.  E talvez assim, um dia, vivamos num mundo tão utópico onde ser diferente não é mau, e onde todos vamos poder ser quem realmente quisermos ser, sem julgamentos ou opressões.

Artigo da autoria de Daniela Silva

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