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Artigo de Opinião

Os Livros no Mundo Digital

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Em determinado ponto das nossas vidas, já todos fomos impelidos, pelos nossos pais ou pelos nossos professores, a ler um livro físico. Foi nos sempre dito quão importante é fomentar hábitos de leitura e o porquê de ser fundamental para o nosso crescimento enquanto seres humanos. Contudo, segundo estudos, este hábito tem vindo a desaparecer velozmente. 

“61% dos portugueses não leram qualquer livro em 2020”

É verdade, segundo um estudo da Fundação Calouste Gulbenkian, 61% da população portuguesa não pegou em nenhum livro durante o ano de 2020. Apesar de ser uma tendência estatística “antiga”, esta problemática tem vindo a piorar. Claro que não somos obrigados a gostar de ler, porém é inquestionável que o ato da leitura tem mais benefícios do que prejuízos. Mesmo assim, as pessoas pertencentes aos 39%, na sua maioria, pegaram em apenas um livro no ano inteiro, e alguns nem o acabaram. 

Não é despropositado sermos constantemente relembrados dos benefícios da leitura, especialmente de livros físicos. Para as crianças, a leitura, para além de ajudar no processo do desenvolvimento cerebral, facilita a compreensão da língua em questão e enriquece-lhes o vocabulário. Na verdade, existe, muitas vezes, a ideia de que “ler é para quem anda na escola”, no entanto, a leitura é benéfica sempre, não apenas para uma determinada faixa etária. Para os adultos, ler desenvolve e preserva as nossas capacidades de memória e compreensão. O estímulo, essencialmente da nossa imaginação, é extremamente importante e pode facilitar o combate ao desenvolvimento de certas doenças ao longo da nossa vida. 

Por um lado, esta estatística preocupante tem piorado com os avanços tecnológicos – não que eles sejam totalmente negativos, claro. Contudo, é habitual que passemos a maioria do nosso tempo colados a um ecrã, em vez de a fazer algo “produtivo” ou algo fora desse mundo digital. Por outro lado, o mundo digital trouxe-nos uma nova tendência no mundo da leitura, os “e-books”, ou seja, os livros digitais. Pessoalmente, prefiro um livro físico onde possa anotar os meus pensamentos ao longo da leitura, mas compreendo quão apelativo possa ser ter um livro à distância de um clique nos nossos telemóveis.

Na realidade, a leitura digital é cada vez mais apelativa. Os livros digitais são mais práticos e mais rápidos em termos de acesso, para além de serem mais económicos e sustentáveis. Contudo, não deixa de ser mais um motivo para estarmos à frente de um ecrã, em vez de estarmos a estimular outras partes cognitivas do nosso cérebro. Ainda assim, é verídico que o número de leitores de livros físicos tem vindo a diminuir, bem como, por exemplo, o número de pessoas que prefere CD’s a plataformas digitais. 

Em suma, ambos os lados têm as suas vantagens e desvantagens, porém, na minha ótica, acima de tudo, o mais importante é estimular a necessidade de leitura e criar esse “bichinho” na população. Podemos começar a ler e achar que não tem piada nenhuma, mas também pode acontecer o inverso, podemos adorar e criar um novo hábito saudável e prazeroso na nossa rotina diária.

Artigo da autoria de Joana Leite

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