Crónica
MUDANÇAS
Vejo com bons olhos a entrada de novos redatores no Jornal Universitário do Porto, não que a casa estivesse sem energia, mas faça-se uma fase de recrutamento. E fez-se aos poucos. O ar aqui renova-se: imagine as várias editorias a procurarem modos de entrar pelo ecrã dentro – sim, porque a versão impressa, essa, continua parada –, a escavarem os olhos e a chegarem celeremente ao cérebro, com as últimas, da sociedade, da cultura ou do desporto, com novos reforços.
Aqui, escrever é, para alguns, a oportunidade de saciar o corpo da escrita ou da escrita saciar o corpo de quem livremente escreve. Alguns já sabem que é preciso levar a carne, matéria jornalística, digamos, à boca do leitor. Não basta simplesmente um pedaço de cultura ou de sociedade, mas um grito maior, que impacte.
Para outros, é tomar as rédeas do jornalismo nos braços, que como que se fina para dentro de quem escreve. Contudo, questões éticas e até legais levantam-se. O jornalismo é uma atividade reservada a alguns e não aberta aos cidadãos comuns. O estatuto do jornalista é claro: são considerados aqueles que, como ocupação principal, permanente e remunerada, exercem funções de pesquisa, recolha, seleção e tratamento de factos, destinados a divulgação informativa pela imprensa.
O jornalismo é uma coisa para todos os dias, mas é difícil consegui-la. Não obstante, não se aninhem por isto, arrependidos. O jornalismo será sempre uma forma de morrer, sempre que a vossa esperança morrer com ele.