Crónica
ESTRATÉGIA NACIONAL PARA O MAR
É muita água, muita onda, vento, chicharro, lulas e outros cefalópodes e animais de escama instáveis e caprichosos que não obedecem a ninguém. Já o Poseidon e o Neptuno se queixavam e eram deuses poderosos e muito mitológicos.
Dinis, o plantador de naus a haver na Mensagem de Fernando Pessoa, terá começado a pensar no assunto. De facto, o Pinhal do Rei já existia mas Dinis aumentou-o e preocupou-se em organizar uma força naval para defesa do reino. Do mar só vinham ventos e piratas e do outro lado eram os Castelhanos muito maus. A Taprobana era muito longe.
Vieram depois as caravelas e os tempos heróicos do Discovery Channel e Camões passou tudo à escrita. Correram mal as coisas entretanto. Mais tarde veio o ouro do Brasil e derreteu-se. Da última vez que houve, havia armada, frota mercante e embarcações de pesca para a indústria da conserva. No fundo das águas, arquivaram-se dois submarinos e a pesca continua em ré menor.
Nem tudo está perdido, porém. Para grande animação da Economia Azul cresce o número dos lenhadores da praia que racham a lenha do Pinhal do Rei que deu à costa depois do naufrágio das caravelas. É o empreendedorismo sustentável, integrado, estratégico e saudável, excepto para os bicos de papagaio, porque puxa muito pelo corpo.
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