Crónica
«MARQUÊS DAS ILHAS» FALA D’«O GAJO»
Que aquilo que somos tenha inegável correspondência com aquilo que nos foi ensinado, assume-se como um facto dificilmente contestável. Assim, foi com espanto – ou deverei dizer, desencanto? – que constato a conduta de um homem letrado, professor universitário, muito embora não doutorado, diante do que afirma ser um projeto de vital importância na requalificação dos bairros do Porto. Aqui já chamado de «Marquês das Ilhas» à falta de melhor epíteto que meu sarcasmo saiba tecer. E, porém, tendo-me chegado aos ouvidos algumas das suas falas, devo dizer que muito me entristece saber que, a Cidade do Porto, que tão orgulhosamente elegeu um Presidente de Câmara Independente, possa ser marioneta nas mãos de tão vil «Marquês».
Um «laboratório» – com digno nome, com digno propósito – nada mais é que uma parca plateia de súbditos mal remunerados – a escravidão aos trinta à conta de subsídios estatais – que, não obstante da deplorável situação que se viram sujeitados a suportar, tiveram ainda de ouvir alguns «aforismos» de duvidosa sapiência germinados por tal excelsa figurada da praça portuense.
Do que nos foi, literalmente, feito ouvir, apenas aqui transcreveremos uma frase: «chego à beira do Rui Moreira: o meu amigo tem de me meter na Domus e o gajo mete-me na Domus, aliás, eu sei que, neste momento, vou receber aí um convite mas não vou aceitar [por]que implica não ter disponibilidade para o laboratório.». Assim, o Presidente de Câmara que tão orgulhosamente esta Cidade escolheu como seu representante é rebaixado ao epíteto de «o gajo».
Pessoalmente, devo dizer que não votei n’«o gajo», votei em Rui Moreira. E, o meu voto, consciente e honesto deveu-se, em grande parte, à crença, de que à semelhança do seu antecessor, limpasse todo o lixo que quotidianamente continua a denegrir os princípios fundamentais desta Cidade.
O Porto, caro Presidente da Câmara, não esquece. E o que o «Marquês das Ilhas» tem feito e continua a fazer, não será esquecido. Antes gritado. Apontado. Até que justiça seja feita ao nome e à história desta Cidade.
Por fim, saliento que o mesmo deve ainda seiscentos euros de prejuízo ao Restaurante «O Pirilampo», dívida que contraiu utilizando o bom nome da Câmara Municipal do Porto.
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