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Crónica

PAISAGEM TECNOLÓGICA

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Imagine-se uma paisagem plana, homogénea, cortada por uma quadrícula regular de parcelas, assim como um muro de granito.

No velho Portugal rural as coisas não eram muito distintas. Dentro de cada região com seus traços homogéneos e/ou padrões regulares (como no Minho a alternância ribeira/monte), as mesmas técnicas e sistemas de cultura agrícolas produziam mosaicos de paisagem bastante homogéneos sempre que as características bio-físicas não variavam muito. A lentidão da evolução da modernização, o conservadorismo social, o peso económico da auto-subsistência…, tudo isso devolvia uma imagem de permanência, de clareza, de “ordem” (não se confunda com justiça social ou prosperidade).

A difusão rápida das tecnologias e dos sistemas sócio-técnicos que, historicamente, aceleram a partir da segunda metade do séc. XIX, irrigaram o território com as mais variadas possibilidades de acesso e uso de tecnologias que, por sua vez, viabilizam distintas possibilidades de organização de atividades e usos do solo.

A partir daí, a metamorfose da paisagem segue também uma equação tecnológica. Por isso, se podem chamar tecnológicas às paisagens.

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