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Crónica

A CRISE NEM SEMPRE É ECONÓMICA

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Francisco Perez

Francisco Perez

Nas últimas semanas, não se tem falado de outra coisa que não a crise dos refugiados. E com razão, já que a situação é preocupante. A Europa encontra-se neste momento envolvida num clima de incerteza social, em que a cooperação social terá que ser instalada.

Antes de mais, gostaria de vos lembrar o que a chanceler alemã disse a uma jovem palestiniana: a Alemanha não tem condições para acolher tantos refugiados. O impacto destas declarações foi tão elevado que a Internet “veio abaixo”. Nas redes sociais, Merkel foi insultada e acusada de ser uma pessoa fria. Não obstante, a jovem acabou por permanecer devido a uma alteração no estatuto que visa a integração de refugiados na Alemanha.

Mas Angela Merkel tinha razão. E David Cameron subscreveu. Todos os dias têm chegado milhares de refugiados a tentar passar o Canal da Mancha, sendo muitos deles impedidos. Em Budapeste, outros tantos tentam chegar a um futuro melhor. É um pouco por todo o mundo.

Na Síria, o Estado Islâmico tem aterrorizado a população. É normal que fujam. Eu também iria como eles se um grupo terrorista estivesse a destruir o meu país… E é exatamente esta a questão que deve ser colocada: quem é e quem não é um refugiado de guerra?

Sejamos sinceros: quem sofre com a guerra tem todos os motivos para vir para a Europa. Quem sofreu em casa a destruição e quer proteger os filhos merece uma vida melhor no Velho Continente. Infelizmente, deu-se um efeito dominó: começaram a entrar uns, quiseram vir outros também. Não se pode fugir e alegar ser um refugiado se se visam apenas as condições económicas.

A União Europeia tem um novo desafio que já não se via desde a Segunda Guerra Mundial. São 28 estados membros que se devem unir e procurar equilibrar o problema, mas havendo um controlo de quem entra na Comunidade. Quem me diz que, escondido com os sírios não está, por exemplo, um jihadista? Ou alguém que poderá trazer o terror do qual milhares se têm escondido? É fulcral haver um controlo mais apertado pelas autoridades aos emigrantes, quanto mais não seja, para se evitar a morte de quem sonhava.

Os líderes europeus necessitam de se mobilizar para pôr um fim a esta crise. Já se sabe que dentro da UE este tipo de processo é delicado e tem de ser gerido com muito cuidado. Nesse aspeto, Merkel tem sido a grande voz da Europa quando afirma que tal nunca mais poderá acontecer. Não obstante às tragédias, é crucial demonstrar que a Europa continua a ser um pilar da política mundial.

Em suma, não esqueço que faz falta ser mais preciso na resolução do conflito. Contudo, não podemos ver apenas sofrimento em Calais, Budapeste ou Skopje. O mundo é interesseiro e a UE não pode olhar apenas para um lado.

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