Devaneios
AS COISAS QUE MAIS GOSTO NA VIDA VI
Acho fantástico quando chega à segunda quarta-feira do mês, prazo estabelecido com o jornal para a entrega de uns quaisquer escritos meus, e eu não tenho nada – nada de nada! É, de facto, algo que me cai no goto, vocês nem têm ideia…
A minha questão é esta: e agora, vão fazer o quê? Vão-me bater? Por acaso, gostava que o Jornal Universitário desta ilustre cidade tivesse um par de Solanum lycopersicum suficiente para virem cá fora de mangas arregaçadas a ver se a gente entra em vias de facto!
Querem crónicas em plena época de exames? É para chumbar às cadeiras todas por causa desta brincadeira?! Já agora, exijam-me um ensaio filosófico acerca da semente da batateira e que reflita sobre a frase “quanto mais suicidas há no Mundo, menos suicidas há no Mundo”…
Sim, isto é tudo muito bonito, mas assim de repente só me ocorre citar duas adivinhas brilhantes que um ancião que vive na rua me contou recentemente. Atenção: trata-se de um homem de infinita sabedoria; demolhada, por sinal, em brejeirice eloquente e requintada. Por cada perdigoto que mandava, ele tinha mais duas lições de vida revolucionárias a acrescentar – ao desbarato! E olhem que foi a falar com ele que eu percebi que o Verão definitivamente tinha acabado!
Ora cá vão elas:
“Por que é que o porco anda sempre de focinho no chão, envergonhado?”
“Amar sem ser amado é como…?” (pista: rima)
Dispersões à parte, e continuando com o tema central deste meu devaneio: eu tenho direito a estragar as minhas quartas-feiras à vontade, mas não me podem obrigar a fazer algo produtivo! Vou fazer queixa ao Bush ou ao outro dos cabelos Pantene da cor do Sol num daqueles dias do despontar da Primavera…
Na verdade, o que se passa aqui é que, se por um lado estou vazio de imaginação, por outro a minha alternativa é voltar aos estudos, raios os partam; de modo que preferi na mesma escrever esta bodega (não podia ter outro epíteto, que eu não tive tempo para pensar sequer, quanto mais para ter uma ideia minimamente útil para a sociedade)!…
Reparem, porém:
“O porco tem vergonha… Não é por ele ser porco: é porque a mãe dele é, efetivamente, uma porca!”
“Amar sem ser amado
é como limpar o cu
sem ter cagado!”