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Devaneios

ANALOGIA DA ÁRVORE

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Venho dizer-me.
E sem nada dizer verdadeiramente
Consigo dizer-me completamente. 

Mistura neófila de folhas e botões,
Rebentos de secura e fria degeneração
Florescem à luz do sol chuvoso que não se vê.
Da minúcia de folhas que resta,
Revela-se o verdadeiro esqueleto da árvore atrás.
E com ele o vazio clamar de devaneios e rodeios
E remendos de arrependimentos
E sujeições à mesma chuvosa condição
Que não mais sol deixam ver
Até que nova folha nasça
No ramo que o alcança
No amanhecer, tão lá ao longe.
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