Devaneios
SOPHIA
«Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.»
I
Nos jardins do Campo Alegre,
Onde a infância foi tão bela e breve,
Oiço os versos no ar,
Vejo criaturas de bronze ao luar.
II
Sonho com os rochedos e com o mar,
Oiço as ondas no búzio rebentar.
Oiço o vento, os pássaros e a poesia,
E ao longe, a promessa da maresia.
Observação: Dedicado à poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen e em celebração do Dia Mundial da Poesia, a 21 de Março.