Devaneios
PORQUÊ?
Se é a felicidade que colho das migalhas
Na carpete da minha sala
A que empenho na cara,
Porque a minto
Se tudo nela é pó?
A vida é uma grande tábua de pó
Eternamente suja
Pelo ritmo mortífero
Que me limita a procurá-la.
Esse rumo que me desorienta
Do sentido que quero tomar.
E que, por isso, procuro constantemente.
Mas o pão começa a não ser o mesmo.
E as migalhas que colhia, encontro-as, agora, Por baixo da carpete de outrora,
Que minha mãe tantas vezes limpou
E que agora está limpa demais.