Devaneios

O UNIVERSO DO TODO SINGULAR

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O nosso universo cozinha constelações para lá das sensações que cada um vive. É um universo cruzado por ocasiões, por vibrações, por emoções personalizadas, sentidas por cada qual, embora partilhe orientações singulares, sem pares. Por mais ímpares que aparentemos ser e estar, não somos. A comunhão é muito maior que a separação, por mais muda e calada que se revele em expressão. A população germina e continuará a germinar, por mais partidas que os céus acolham. Transições íngremes sem igual, numa subtil presença sem a gentil ausência. Porque da ocupação dos sentidos se faz a unidade, caminho natural e focado na felicidade.

O universo é do singular e do plural, da unicidade e da própria universalidade. Do mundo e dos mundos, dos satélites que orbitam, das estrelas que disparam pelos recintos aluados, mas sonhados. São eles os palcos dos desejos mais exorbitantes e excêntricos, mas que não habitam no anormal. A normalidade é sermos loucos, num mundo em que todos queremos evitar a diferença, na estranheza, na firmeza de quem se vê igual e diferente. Os opostos atraem-se e convergem ao mesmo tempo, na simultaneidade, na instantaneidade de um súbito impacto. Que haja um sentido consagrado no espírito estelar, consciente nas inconsciências subconscientes que geram momentos de uma fértil partilha.

Aquilo que a fertilidade não confirma, confere nos esconderijos que não se revelam. São efeitos que se silenciam, são momentos que se veem sem destino, embora o sonho comande a vida. É dos tais céus, dos tais acolhimentos do universo, onde se talham os desejos profundos das revelações, intrínsecas e extrínsecas, criadas ou, simplesmente, geradas. Uniões e dissensões que têm uma razão de ser, embora sejamos feitos para sermos mais nós que eu. Sem nunca desonrar a personalidade una e distinta, capacitamo-nos de abraçar com vontade e intensidade, enquanto se estende a mão para que esta alcance os confins do universo, os tais que são ponto de interseção daqueles que deixam o seu legado espelhado, e dos demais que constroem e vão construindo em presente e futuro assegurados. São as tais constelações as mentoras das predileções substanciais. São as condições para o cumprimento das ambições, as tais que honram a natureza singular e plural do ser humano. Somos, assim, tão distintos em igualdade semelhante. Somos irmandade num misto de incredulidade e de fraternidade. Às portas da felicidade, um hino em humanidade.

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