Devaneios

FUCK TH’APÓLICE.

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José Pedro Rocha

Se eu fosse de Arraiolos fazia tapetes com advérbios.

Cores de produtos de limpeza indignam-me. São extremamente inconsistentes. Há limpa-vidros transparentes e limpa-vidros azuis, o que significa que algumas marcas querem garantir a segurança dos consumidores e não querem que crianças ingiram o produto a pensar que é água, ou vodka, para crianças alcoólicas, e outras marcas não podiam querer saber menos. Para estas marcas podia ser tudo transparente que não havia mal nenhum. Camiões TIR ou violadores transparentes era espetacular, principalmente se forem camionistas a fugir aos radares ou violadores a fugir de camionistas.

É para isto que eu cá estou. Para trazer à baila estes assuntos essenciais. E neste senda da essencialidade temática, refiro também o escândalo que é existirem gatos carecas, mas não existirem cães carecas. Além de ser uma discriminação por parte dos criadores de animais, é também uma ótima oportunidade de ter um cão de guarda que além de afastar os ladrões também os traumatiza para a vida, possivelmente provocando esterilidade e a oxigenação dos pelos das nádegas.

Outro caso interessante é a labreguização do salpicão. Penso que o salpicão é um produto extremamente digno e devia ser posto ao patamar de comidas como o filet-mignon ou aquela comida de gato extremamente requintada com um gato persa no anúncio, da qual não me lembro o nome neste momento. O salpicão tem nível para participar de cozinha molecular de alto nível e, quem sabe, receber tempero de vinagre balsâmico. Para quem não sabe, ser temperado com vinagre balsâmico é uma espécie de prémio Nobel dos produtos alimentares.

Acho que é também uma questão de marketing da marca “salpicão”. Deviam ser reformuladas as estratégias de modo a aumentar a penetração da marca no mercado da comida gourmet. Neste momento, o salpicão sofre de disfunção erétil comercial… Acho que falo demasiado sobre disfunção erétil nestas coisinhas. Vou consultar o meu médico (ou farmacêutico) para mais informações.

Bom, bom é consumir drogas. O poder das drogas fascina-me. Tenho uma prima que tomou um psicotrópico tão forte que se tornou geneticamente pai do Mantorras e filha do Pinto da Costa, o que faz do Pinto da Costa neto do Mantorras e do Vítor Baía mãe do emplastro. Já agora, acho que quem não trabalha na construção e tem uma carrinha pick-up tem genitais pequenos e quem compra carros Jaguar é monárquico.

Mudando de assunto, não há ninguém neste mundo que saiba falar crioulo como eu. Principalmente devido a eu não saber falar crioulo, o que torna cada tentativa de o fazer uma experiência única, irrepetível e xenófoba em níveis suficientemente baixos para não ser crime, segundo o meu talhante (não tinha dinheiro para um advogado).

Por influência do meu talhante, que também me faz psicanálise, sou agora a favor da substituição dos airbags nos carros por facas japonesas, devido à vida não fazer sentido. Acho que tenho de mudar de psicanalista. Ou de empresa de seguros.

Por falar em empresas de seguros, devia existir um seguro de morte, em que se o cliente passasse de uma certa idade, um funcionário da empresa viria assassiná-lo com uma pá durante o sono. Fuck th’apólice.

Um homicídio de um rei é regicídio. Há algum nome especial para o suicídio de um rei? E é errado deitar uma laranja orgânica ao lixo por ela estar azeda e/ou ter uma toupeira lá dentro?

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