Devaneios
DECLIVE
Sempre tiveste um travo amargo.
E eu, tristemente,
Resgatava essa alma putrefacta
Nas madrugadas de verão
Enquanto caminhava no planalto que és
Cheio de altos e baixos.
Aí as vozes sem sentido eram calor
Mas tu mantinhas-me o sangue frio.
E na última madrugada,
Em que a contragosto olhei para trás,
Vi que eras um mero declive
Decorado com copos de plástico
Que nunca chegaram a estar meios cheios.