Devaneios

ÂNSIA

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Joana de Sousa

«As palavras são a nossa condenação. Com as palavras se ama, com as palavras se odeia. E, suprema irrisão, ama-se e odeia-se com as mesmas palavras!»

 

Eugénio de Andrade

 

 

 

Apesar da luz acesa da distância…

Não mais o tempo é ânsia.

Sinto a doce brisa de viver,

Que levou de mim o terror de ser.

Mergulho na luz das luas,

Quando, à noite, me perco pelas ruas.

A distância acesa como lume,

Que na névoa escreve o meu nome,

E me recorda da brisa dos jardins,

E do profundo existir que me consome.

 

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