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Devaneios

RUÍNAS

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«É vão o amor, o ódio, ou o desdém;

Inútil o desejo e o sentimento…

Lançar um grande amor aos pés d’alguém

O mesmo é que lançar flores ao vento!»

 

Florbela Espanca

 

 

Pela promessa de uma manhã futura

Fiz ruir as muralhas que havia erguido,

E com as ruínas construí um castelo na areia

Na praia amada onde a tua memória ainda perdura.

 

Ao mar atirei flores como quem semeia,

Um amor solitário e vadio;

Gritei o teu nome ao vento e chorei-o aos sete mares…

Lágrimas de sal,

Ausentes de alento.

 

 

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