Artigo de Opinião
MANIFESTO ANTI-DANTAS (SE O DANTAS FOSSE UM CARTÃO-PRESENTE)
Não sei quanto a vocês, mas eu vejo-me tramado todos os Natais para arranjar prendas para toda a gente (principalmente quando o orçamento de um jovem para prendas de Natal é bastante limitado!). Mas mesmo assim faço o esforço para tentar arranjar algo que a pessoa genuinamente goste, nem que seja algo aparentemente insignificante, como uma caixa de bolachas ou um par de canetas. Mas, cada vez mais, o que recebo é indiferença, e não tenho especial afinidade por indiferença. Estou a falar de cartões-presente, claro.
Não se enganem, eu não tenho nada contra o conceito do cartão-presente, mas acho a escolha um bocado… Qual é a palavra, mesmo? Infeliz. I mean… A pessoa para quem estás a comprar é assim tãaaao complicada que não possas dedicar mais de 10 minutos a escolher uma lembrança? (Não precisa de ser nada de extraordinário, óbvio… Não estou à espera de um carro ou de uma ilha…) A meu ver, os cartões-presente só se justificam numa situação. É dia 24 e o centro comercial vai fechar em 5 minutos (Shame on you por não teres feito as compras de Natal mais cedo!). Só isso! Até lá o teu cartão-presente não passa de um “Não te conheço bem o suficiente para te comprar uma prenda, nem te sou tão indiferente que possa não te dar nada…”. E isto quando vem de colegas de trabalho é, relativamente, aceitável. Quando vem de família passa a ser problemático.
Vivemos numa sociedade livre (dentro dos limites do aceitável e do recomendável) que se baseia na multiplicidade de escolhas e os cartões-presente vão contra esse princípio. Digo, OS CARTÕES-PRESENTE SÃO ANTI-DEMOCRÁTICOS e, como tal, deviam ser extintos. Por que maior carga de água é que ao me ofereceres dinheiro limitas a minha capacidade de escolha? Sabes, por mais que o meu dealer goste da “literatura” do Nicholas Sparks (só de dizer o nome vieram-me vómitos à boca) ele não aceita cartões FNAC como forma de pagamento. Porque ele pode ser traficante, mas não é burro. Façam-me um favor, quando forem oferecer algo a alguém, das duas, uma: dinheiro vivo ou prenda. Limitação das minhas capacidade de aquisição de bens e/ou serviços é simplesmente cruel e acho que não era isso que Jesus queria. Só não quero é livros do Nicholas Sparks!