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Artigo de Opinião

POLITIQUICEZINHAS

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Ontem (19) foi o último debate para a primeira volta das eleições presidenciais deste ano. (Não sei ainda se vai haver segunda… Suspeito que não.) Assisti, com algum interesse, ao programa, até porque ainda não sei em quem vou votar, mas muito rapidamente me apercebi porque é que não costumo acompanhar os debates para as presidenciais.

Se o recurso ao insulto pessoal, à calúnia e injúria são engraçados nas primárias e nas gerais para Presidente dos Estados Unidos da América, aqui em Portugal é apenas deprimente. O constante ‘diz que disse’ ou ‘fez’ ou ‘não fez’ ou ‘fez mas fez mal’ serve apenas para distrair o país do facto que realmente muito pouca gente neste pedaço de terra à beira-mar quer saber quem tem no topo do poleiro durante 5 anos.

Os candidatos desfazem-se em tentativas para dignificar uma posição que já perdeu a dignidade há bastante tempo. O cargo, que deveria ser para alguém cujo único dever é colocar os interesses de Portugal acima dos interesses de qualquer e toda a parte, é agora visto mais como o de espectador-mor, que observa, enfaixado em verde e rubro com toda a pompa e protocolo, do alto do seu palácio o desenrolar do fado português. Uma espécie de estátua com dois botões: ‘Sim’ e ‘Não’. Desvirtuado o cargo, naturalmente que os candidatos desvirtuados serão, e como desvirtuados que são o recurso à politiquicezinha é inevitável.

Meus senhores, falácias ad hominem não são bonitas de se ver e vir lavar a roupa suja para a televisão nacional também não. Querem ser independentes, mas é-lhes dado o apoio dos partidos; querem ser neutros mas interventivos, mas sem pressões partidárias (que isso é obra do demo!).

Queria-vos dizer que está tudo bem, que vivemos tempos de fartura e que não há pobreza para resolver nem desemprego para curar; mas isso não é verdade. E, portanto, a meu ver, o ‘Mas ele teve mais tempo para falar do que eu!’ ou o ‘Mas ele diz que é licenciado e não é!’ ou ainda o ‘Mas ele não fez o serviço militar!’ não passam de politiquicezinhas da treta (nem politiquice é! É menos que isso!) e são, na minha opinião, não só um não-serviço, mas um “desserviço” a Portugal e aos portugueses que, para mal dos nossos pecados, vão ter que arcar com um de vocês, enfaixados em verde e rubro, do alto do NOSSO palácio, durante cinco anos. Portanto, meus meninos, discutam-se coisas sérias que eu não pago impostos para ouvir um espetáculo de insultos em canal aberto.

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