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Artigo de Opinião

“LULA ENSINA RECLUSO VIZINHO A SAMBAR”

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Acredito que todos nós somos do tempo dos livros da Anita. É verdade, a Anita, lembram-se? Para quem não se recorda existiam vários livros com títulos diferentes sobre as atividades de uma menina chamada Anita. A “Anita anda a cavalo”, “Anita na praia”, “Anita vai ao circo”, “Anita tira a 4.ª classe e fica com mais habilitações académicas que Miguel Relvas”…não, este último não era da Anita. Perdoem-me a brincadeira com que começo este artigo tão sério, mas facto é que quando vejo situações em que figuram nomes como Lula da Silva ou Dilma Rousseff lembro-me sempre dos livros da Anita. Hoje vem uma notícia, amanhã vem outra, depois de amanhã sabe-se que vem outra, mas o resultado é sempre o mesmo. Parecem episódios diferentes de uma série sem fim. E o problema é mesmo esse. Os media tratam estas situações como episódios de um filme, com leviandade, o que não se compreende quando estamos a falar de atitudes, índoles, de personagens que cometem crimes gravíssimos, que prejudicam o povo que lhes reconheceu confiança e verticalidade, em benefício próprio.

Nesta quarta-feira, finalmente vimos uma acusação direta ao Sr. Lula da Silva por parte do Ministério Público de São Paulo com fundamento na omissão propositada do reconhecimento de uma propriedade – como quem diz que mentiu quanto a ser proprietário de um triplex de luxo no guarajá – o qual alegava ser propriedade da construtora OAS e não seu. Curioso é que, feita a investigação, foram reveladas quantias que totalizavam cerca de 1.000.000,00 reais ofertadas sem explicação ao ex-presidente brasileiro pela construtora OAS. Ainda mais curioso é que, perante este facto comprovado, o ex-presidente Lula da Silva afirme veementemente que inexiste relação de qualquer natureza com a OAS ou com o imóvel mencionado.

Não bastante, os que ainda apoiam Lula da Silva falam de um boicote a uma eventual ocupação de um cargo ministerial a convite de um grupo de ministros do governo de Dilma. Porém, bem vista a situação e tendo em conta as regras e normas mundialmente aplicáveis aos comuns dos mortais, só existe boicote quando não há provas evidentes que recebemos “propinas” sem explicação de empresas que afirmamos desconhecer. Só existe boicote quando alguém não caminha à margem da Lei.

Esperemos que a próxima notícia seja uma em que se relata um feito de boa e sã justiça, um daqueles livros da Anita que até valha a pena comprar, ou, quiçá, um livro com o mesmo título deste artigo.

Não percam o próximo episódio, porque nós também não!

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