Artigo de Opinião
UMA PELA RESISTÊNCIA, OUTRA PELA TOLERÂNCIA
Há exatamente uma semana atrás, deparei-me com uma notícia que dava conta de uma poderosa imagem que valia mais que mil palavras: uma mulher “afro-sueca” cerrou o seu punho perante uma multidão de neo-nazis pertencentes ao Movimento de Resistência Nórdica que se manifestavam, no primeiro de maio, na cidade de Borlänge, na Suécia. De tão forte que é, a imagem correu o mundo, e escusado será dizer que rapidamente se tornou no grande símbolo de resistência aos movimentos de extrema-direita que teimam em crescer não só na Suécia, mas um pouco por toda a Europa.
A xenofobia e o racismo, que têm sido uma constante com toda esta crise dos refugiados e as suas migrações ilegais para uma Europa debilitada (especialmente a nível financeiro), são o principal motivo de discórdia. As notícias que dão conta do avanço da extrema-direita por todo o território europeu são alarmantes, já que mostram precisamente que todo o ideal europeu está a perder o seu “brilho”. Os tão proclamados valores de entreajuda e de bem receber começam a desvanecer a partir do momento em que o valor económico egoísta ultrapassa o que a natureza humana tem de melhor. É por isso que este gesto surge como o mote para a mudança do preconceito.
Tessa Asplund, de 42 anos, ativista do grupo Afrophobia Focus, reconhece, em retrospetiva, ao perceber as proporções mediáticas que a foto tomou, que só quer “paz e calma” e que enfrentou aqueles homens “grandes e loucos” por “impulso”. Num continente que se está a deixar dominar pela cegueira quanto ao problema dos refugiados – basta relembrarmos precisamente os vários casos de violência perpetrados contra refugiados neste país nórdico –, esta sueca aparece-nos como o baluarte da luta pela tolerância e pela aceitação, dois conceitos bastante degradados na Europa dos tempos que correm.
Parafraseando Tessa, o seu gesto pode ser um símbolo de que podemos fazer a diferença, pois se uma pessoa, tal como ela, o conseguiu fazer, qualquer um de nós tem também esse poder. Basta querer!
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