Artigo de Opinião
“SABICHÕES HÁ MUITOS, SEU PALERMA!”
Hoje em dia todas as pessoas têm uma resposta para tudo. Uns verdadeiros poços de sabedoria. São só sabichões, por isso é que o nosso país, e não só, está nesta imundície.
A seguir ao jogo de futebol é só pessoas a comentar como se devia ter feito para a equipa ganhar. Uns criticam e parece que, de um momento para o outro, um jogador ou uma equipa passa de bestial a besta. Outros aplaudem e afirmam que não esperavam outra coisa. O mesmo se passa com os economistas que dizem perceber muito de números e que têm um doutoramento e mais alguma coisa, contudo fazem previsões que nunca dão certo. Dizem que o nosso país vai melhorar, mas o que é verdade é que cada vez mais a carteira dos portugueses está a ficar mais leve que uma pena. Os nossos políticos são outros sabichões, conversam de tudo, criticam tudo o que os outros partidos fazem, mas as soluções é que não surgem! Nós portugueses ouvimo-los falar e até pensamos “sábias palavras”, mas de que nos servem as palavras? Há mais de 40 anos que vivemos apenas de palavras, de enganos e de mentiras. E a que é que isso nos levou? À situação negra que vivemos hoje em dia. Se perguntarmos a um leigo o que acha do sistema político, todos têm uma resposta na ponta da língua. Ou se critica e diz-se que os outros partidos atuariam melhor ou então diz-se que outro, melhor não fazia. E pronto vivemos de locuções, de opiniões, mas daqui a nada ficamos sem dinheiro e as palavras, por mais bonitas e inspiradoras que sejam, não vão pagar as contas.
O que é verdade é que nós não percebemos nada de nada. Fazemos as nossas opiniões com base no senso comum, não procurando informação, assim como os economistas, os políticos, os comentadores, que nada sabem. E porquê? Porque falta o essencial nisto tudo, que é a resposta “Não sei!”. A verdade é que nós somos ignorantes e não devemos ter medo de dizer isso. Só dizendo “não sei”, é que vamos aprender. Alguém nos vai explicar ou então vamos procurar a informação. Só assim podemos e temos autorização para falar. O grande erro desta crise é os nossos políticos terem medo de dizer “não sei”. Ao pensar que sabem tudo, acabam por estragar e tomar atitudes que colocam Portugal em risco. “Não sei” deverá ser a resposta, até eles saberem como se governa um país. Deverão estudar, em equipa, com vários profissionais, a nossa situação. Devem ir buscar ideias a outros países que podem resultar no nosso. Devem ouvir o povo. Só assim podem e devem tomar atitudes que irão mudar a vida dos portugueses. Custa muito dizer que “não sei”, mas custa ainda mais ver pessoas eleitas por nós a tomar decisões sem pés nem cabeça.
Por enquanto, a única coisa que posso dizer, visto que ninguém diz “não sei”, é que “sabichões há muitos, seu palerma”.