Artigo de Opinião

“SEGURARAM-SE OS KILTS À PASSAGEM DOS VENTOS DE MUDANÇA”

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Diogo Rodrigues da Silva

No passado dia 18, com afluência histórica às urnas, onde 84,59% dos eleitores votaram, decidiu-se a manutenção da Escócia como parte do Reino Unido, o que traduzido em miúdos, e quase de forma lírica, significa que o William Wallace foi novamente decapitado, mas desta vez com a ajuda dos próprios escoceses. Pobre alma. Podemos até concretizar que a icónica personagem nos tempos que correm é encarnada pelo Primeiro-Ministro Escocês Alex Salmond e o rei Jaime I pela figura de David Cameron em todo o seu esplendor (e suspiros de alívio).

Parece então que David Cameron pode dormir descansado, dado que tanto a Alemanha como a França continuam um passo atrás no que à influência político-económica diz respeito. Por assim dizer, o Reino Unido não perdeu pujança no contexto Europeu e Mundial. Certamente, contudo, ganhou novas fragilidades e foram abertas brechas para um futuro independentista defendido precisamente pelos jovens, como quem diz “defendidas pelo próprio futuro”.

Por enquanto, lá se mantêm as armas nucleares Britânicas estacionadas em território escocês e a capacidade militar estabilizada. No entanto, cresceu a necessidade de as mobilizar para território mais seguro, ou então, quiçá, dar-lhes uso numa guerra com o Iraque e a Síria que parece estar ao virar da esquina.

No que à União Europeia diz respeito, o povo que nunca foi conquistado pelos Romanos voltou a ensinar uma bela lição desta vez sobre políticas económicas e trouxe um vislumbre trágico daquilo que, mais dia, menos dia, poderá acontecer: o desmanchar Europeu! Esperemos que uma União Europeia que se acha inteligente e que se enche de ego a cada dia que passa, aprenda o que são as consequências de uma política de pescas que abafa por completo os potenciais Europeus nessa matéria ou o mesmo se diga da política agrícola, não esquecendo que estamos a falar de uma Escócia com potencial para se tornar na quinta maior potência mundial, dando apenas uso aos seus recursos energéticos (petróleo, e energias renováveis em geral).

Ainda não foi desta, mas prevê-se que, e utilizando uma expressão portuguesa aplicada ao caso concreto, qualquer dia vamos ter uma Europa e doutas instituições “de kilts na mão”. E bem-haja.

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1 Comment

  1. Raquel Moura

    26/09/2014 at 10:19

    Mais uma vez Ilustre colega, parabéns pelo artigo!

    Muito bom!!!!!

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