Artigo de Opinião
“NÓS PERCEBEMOS A IMPORTÂNCIA DA NOSSA VOZ QUANDO SOMOS SILENCIADOS”
O Nobel da Paz em 2014 foi, em conjunto com Kailash Satyarthi, atribuído a Malala Yousafzai . Tendo em conta o que fez, o prémio é inteiramente justo.
A jovem paquistanesa tem ganho popularidade um pouco por todo o mundo com um discurso bastante cativante. Não esqueçamos que Malala tem apenas 17 anos, mas já fez muito mais do que outros ativistas alguma vez poderiam imaginar. A sua luta pela educação das raparigas ganhou força depois do incidente de 2012, quando foi baleada pelos talibã. Num país onde os direitos humanos não são respeitados, esta batalha tornou-a numa referência para as crianças de todo o mundo que sonham em estudar, pois no fim de contas “a educação não é oriental ou ocidental, é um direito de todos os seres humanos“.
Talvez este prémio seja o empurrão que o mundo precisa. Entristece-me saber que em Portugal, apesar da taxa de alfabetização ser alta, o número de pessoas que abandonam o ensino superior (uma vez que agora é obrigatório concluir o secundário) seja elevado. Independentemente do estado em que a educação se encontra, permitam-me este reparo: somos um país democrático, livre, onde se respeita o homem enquanto ser vivo. Contudo, parece-me que não se valoriza (suficientemente) a educação. Muitos estudantes sentem orgulho por se instruírem, enquanto para outros é meramente uma obrigação. Se vivêssemos no Médio Oriente, perceberíamos que esta questão é muito importante, dado que “Uma criança, um professor, um livro e um lápis podem mudar o mundo“.
Confesso que estou fascinado com Malala. A sua maior arma nesta luta é o seu discurso, simples e honesto: “O meu objetivo não é conseguir o Nobel da Paz, o meu objetivo é conseguir a paz e a educação para todas as crianças do mundo“. Difícil? Sim. Alguns dirão impossível, mas a luta continuará, pois o seu “silêncio transformou-se em milhares de vozes”.
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