Artigo de Opinião

FISCALIDADE VERDE

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Eu, bode expiatório, seco de carnes, daltónico e cornudo, aqui espichado neste poste, declaro que a fiscalidade não é verde – verdes são os campos, como escreveu Camões. A fiscalidade não funciona com clorofila. A fiscalidade tornou-se uma coisa mais que negra, um método de sacar dinheiro à carneirada para patrocinar a agiotagem financeira. O Estado, espécie de dispositivo reformatado pelo capitalismo liberal para servir a mão visível da ganância do capital, virou-se contra a nação e contra a democracia. O Estado vende as coisas públicas e patrocina leilões neste miserável regabofe, em que deu a relação público-privado com a política e as suas tribos profissionais a organizar festividades, comendas e marchas nupciais. Triste país fadista. Por isso, me aborrecem estes gigantescos painéis virados para o céu, esta seara eletrónica sincronizada pelo rodopio diário do sol. Dizem que é por causa do dióxido de carbono, do aquecimento global e de outras desgraças planetárias…, mas nós não somos desse mundo. Nós trabalhamos para aquecer. Alguém sabe quem anda a afoguear o planeta? Esses que o arrefeçam.

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