Artigo de Opinião

A MEMÓRIA E O AGORA, À LAIA DE UM “POST”

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Alexandra Albuquerque

Nunca houve tanta informação como hoje (que será sempre menos do que a da amanhã e muito menos do que a existente de hoje a um ano). No entanto, será que estamos informados, bem informados? Ou, melhor, será que conseguimos construir mais conhecimento com esta informação do que quando tínhamos apenas um quarto ou um terço? Somos mais sábios?

Ou já não é esse o objectivo de ter informação e de saber – ser sábio – e esta capacidade ficou presa nos livros de contos de fadas e de magia, onde não havia Internet, nem Facebook, nem Twitter e a sabedoria se fazia de experiência, do conhecimento da história e da memória?

A memória, esse filtro e fio condutor, que nos permite ver no presente e no futuro o que já foi no passado, não tem vida fácil na era do agora, numa época que produz tanto passado em tão pouco tempo (a cada clique e post). Mas como podemos realmente avançar e evitar repetir erros, se não nos lembrarmos do passado? Sem memória, como reconhecer os novos ditadores, castradores ou manipuladores de cérebros? Sem memória, tudo parece novo e inovador, uma brisa fresca, uma solução. Mesmo as ideias mais extremistas, podem ser fundamentadas numa sociedade sem consciência histórica, sem o filtro da memória que permite reconhecer mensagens, comportamentos e ideologias perigosas e lembrar que o tempo é cíclico e não unidirecional ou apenas uma seta para o futuro.

A propósito, lembrei-me que hoje se comemora a queda do muro de Berlim. Espero que não se ergam outros em breve…

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