“SACRIFÍCIO” PASCAL

Carina Dias

A Páscoa, tal como em todas as outras épocas festivas, apresenta tradições e rituais que são cumpridos de forma escrupulosa. São tradições que enalteço e que considero que são essenciais numa cultura como a nossa. Apesar disto, a forma como são postas em prática é que me levanta sérias dúvidas, nomeadamente o jejum, que é um simbolismo da sexta-feira santa. Para já, não é feito este suposto “jejum”. Se for preciso, passamos o dia inteiro a comer. Só não podemos comer carne, apenas peixe e vegetais, isto porque é tido como um suposto “sacrifício”. Contudo, para mim e outras pessoas, isto não é penitência nenhuma, mas sim um benefício, principalmente nos dias de hoje que estamos constantemente em dietas, sendo estas refeições uma ajuda para ter um propósito para ficarmos mais saudáveis.

Também não quero dizer que nós nos devemos sacrificar no sentido puro da palavra, como muitas culturas o fazem nesta altura. Apenas digo que se a pessoa admira os valores da igreja (nomeadamente o desta altura da páscoa), deve então fazer o sacrifício com base nestes princípios. Assim, neste dia devíamos dar um pouco do nosso tempo aos outros, de uma forma simples ou mais complexa, como nos sentirmos melhor, mas que realmente seja um “sacrifício”. Contudo, não entendo “sacrifício” como algo mau aqui, mas como algo que ajude as outras pessoas que passam pelo sacrifício da vida. Isso sim é pôr em prática aquilo que a igreja tem de bom. Contudo, ressalvo aqui que isto não deverá ser apenas feito nestes dias, mas praticado sempre. Tal como no dia-a-dia, temos tempo para fazer dietas, exercício etc., também devemos ter tempo para dar um pouco de nós aos outros, que faz bem ao corpo e à mente.

E nada melhor do que esta altura para fazermos algo pelas outras pessoas, pois é vista como uma altura de mudança, de esperança e de renascimento, que apesar de haver todos os anos, não é aproveitada para tal, como os restantes 364 dias.

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