Artigo de Opinião

PROGRESSO E EVOLUÇÃO (?)

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João Silva

O século XXI é um século de progresso tecnológico e avanços científicos notáveis e sem igual na história e é a “época de ouro” da nossa civilização humana. Não há dúvida de que estamos a progredir, mas estaremos a evoluir?

Se bem que haja todo este melhoramento tecnológico e material, que deixariam alguns dos nossos antepassados estupefactos, a verdade é que o progresso moral, ético e espiritual não acompanha o progresso material, apesar de algumas mudanças positivas. Apesar destas mudanças, estamos em muito iguais ao que éramos no passado, pois continuamos a discriminar outros seres humanos com base em algo tão superficial como a cor de pele ou por uma orientação sexual diferente (algo que a própria natureza criou e, como tal, algo que devia ser entendido como sendo natural). Continuamos a hostilizar por razões religiosas e para ver qual delas é a “correta”, ironicamente fazendo o contrário do que os textos religiosos dizem em muitos casos e continuamos tão violentos, gananciosos e competitivos como sempre o fomos, desde os nossos primórdios ancestrais.

Claro está, que nunca viveremos num mundo ideal (vivemos num mundo de recursos finitos, no final de contas), mas de que vale ter sapiência se é para a usar como a usamos? Há que melhorar também a(s) sociedade(s) e a sua evolução e não só a tecnologia. É revoltante ainda lidar com os mesmos problemas, preconceitos ou “entraves” (chamem-lhe o que quiserem), que existem há milénios na humanidade. Já não vivemos em cavernas, nem temos que competir dia-a-dia para ter algo, mas o lado violento e primitivo ainda lá está inalterado e sempre à superfície e o primeiro instinto do Homem é sempre algo rudimentar e de pouca humanidade (perdoem-me aqui a falta de exemplos práticos).

Costuma-se dizer que “enquanto houver o homem, vai haver sempre problemas”, mas gosto de pensar que o Homem ainda está em construção e numa fase “embrionária” da sua evolução. O Homem é também o fruto do seu ambiente, que deve começar a mudar e evoluir. As futuras gerações não têm que continuar a carregar com o “fardo e o ódio das gerações anteriores”, como nós ainda estamos a sentir e continuamos a propagar. Arrogamo-nos sempre de sermos mais evoluídos que os nossos antecessores, mas a verdade é que em pouco diferimos deles, com a exceção de armas melhores e melhor tecnologia.

A Primeira e Segunda Guerra Mundial mostraram ao mundo os horrores e o potencial destrutivo do homem e abriram as consciências das pessoas. A ver vamos se vai ser preciso uma terceira até que a Humanidade aprenda de vez, mas o ideal seria antes “declarar guerra” ao nosso lado negro e preferencialmente ganhar.

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2 Comments

  1. Jorge Araújo

    28/06/2015 at 22:53

    Desculpa, «a “época de ouro” da nossa civilização humana»??
    Numa época em que passamos mais tempo a olhar para um ecrã do que a conviver? Em que nem sabemos conviver?? Quando temos máquinas que nos fazem tudo e mesmo assim seríamos incapazes de recriar uns ‘Os Lusíadas’, uma catedral gótica ou uma igreja barroca?
    Que é a nossa arte hoje??

    E desculpa, mas dizer que o «primeiro instinto do Homem é sempre algo rudimentar e de pouca humanidade» é de um preconceito enorme.

    Vivemos mesmo a total decadência da humanidade.

  2. João Silva

    02/07/2015 at 01:31

    Acho que não entendeu a ideia do texto, a época de ouro foi dito com base na era tecnólogica em que nos encontramos, em que, mesmo com todos estes progressos, não significa que o Homem tenha evoluido na humanização. Parece-me sim, é que pegou em frases ou ideias separadas e as interpretou fora do seu contexto.

    Ainda há preconceito, maldade, discriminação, portanto sim, em muitos aspetos o Homem ainda é primitivo ou rudimentar(como se quiser chamar), não é “preconceito enorme nenhum” é como são as coisas, em maior parte dos casos e, certamente que o primeiro instinto não é plantar florzinhas e abraçar-nos uns aos outros quanto algo corre mal, o primeiro obviamente, é criticar o próximo sem saber interpretar o que ele diz… Daí a torre de Babel meu amigo.

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