LUTEM COMIGO!

Francisco Perez

Este semestre tive o privilégio de ter Ética e Deontologia Profissional, uma cadeira que qualquer profissional deveria ter ao longo do seu percurso académico. Um semestre inteiro de diversos trabalhos, muitos debates nas aulas, que culminou na realização de um exame escrito. Confesso que esperava que a cadeira fosse essencialmente teórica. Que se baseasse no simples “não faças isto” ou “não deves fazer isto”, mas não. Graças à professora, tornou-se uma unidade curricular muito mais interessante do que eu poderia esperar.

No entanto, só ao estudar para o exame é que realmente percebi o quão importante é a Ética no mundo do trabalho. Eu, que aspiro ser jornalista, sempre soube que não a posso ignorar. Mas também estudei os códigos de Assessoria de Comunicação, e hoje posso afirmar, sem dúvidas: quero ser jornalista.

Fico triste por saber que alguns media, por vezes, não respeitam os códigos. A profunda descredibilização da profissão só me tem motivado a seguir o sonho: quero contar histórias, quero expor a verdade. Quero passar aos outros a informação, sem pensar no dinheiro que poderei obter. Quero ser leal comigo mesmo. Quero ser verdadeiro com o público. Não quero quebrar os meus valores, porque outros me dizem para o fazer. Não quero contornar as regras para satisfazer interesses.

Porque escrevo isto agora? Porque nunca tive dúvidas. Mas agora não me faltam certezas. O importante é seguir os nossos sonhos, tornarmo-nos naquilo que queremos e não no que os outros querem.

Ao longo das últimas semanas, fui debatendo esta questão com amigos que estão no mesmo caminho, que querem ser jornalistas. Contudo, alguns demonstram-se desiludidos. O curso não é o que queriam. Os professores são pessimistas. Querem outra área para serem bem-vistos aos olhos de terceiros, para ganharem mais dinheiro. Sim, o dinheiro paga as contas. Mas não é isso que me move, nem deve ser a minha motivação. Eu não quero especializar-me em algo que não me fará feliz. Sim, a estatística diz que vou estar desempregado, mas isso não me assusta. Só me dá mais vontade para lutar.

“Isso é tudo muito bonito, mas é uma tanga, vais ver se realmente fazes isso…”, dizem-me. Não acho. Façam aquilo que querem, não deixem que os outros escolham por vocês. Não estarão a desrespeitar ninguém. Estarão a definir o vosso futuro.

Deixo-vos aqui um apelo: lutem por aquilo que se imaginam a fazer. E aos meus colegas (futuros) jornalistas, só vos peço: ajudem-me a fazer do mundo um lugar melhor. Sei que conseguimos, se nos mantivermos fiéis aos nossos princípios. Lutem comigo!