Connect with us

Artigo de Opinião

ESCLARECER MAL-ENTENDIDOS

Published

on

Não, a situação política em Portugal não é única, peculiar, escandalosa ou anti-democrática.

No Luxemburgo, o Partido Popular Social Cristão de Juncker ganhou as eleições sem maioria no Parlamento, sendo que o Partido Democrata, liderado por Xavier Bettel, foi incumbido de formar governo pelo Grão-Duque do Luxemburgo.

Na Dinamarca, o Partido Social-Democrata que, ao contrário do que parece pelo nome, é o equivalente ao PS, não conseguiu formar governo depois de ter ficado com uma posição de minoria no Parlamento face a uma maioria de direita. Neste caso, apenas um dos partidos forma governo com o apoio parlamentar de mais 3 partidos. Exatamente como em Portugal.

E não, não há nenhuma razão para achar que estas “jogadas” políticas vão causar ainda mais abstenção, tendo em conta que toda esta abstenção se deve provavelmente à rotatividade e à falsa democracia que se vive em Portugal. O conceito de “arco de governação” é que tira as pessoas da política.

Pergunto-me também como podem dois partidos que chegaram ao poder através de promessas completamente irrealistas criticar o PS por fazer uma coligação não anunciada. Só por nunca ter acontecido antes, esta coligação é menos legítima que a coligação PSD/CDS?

E engane-se quem ache que este governo vai ser realmente diferente da coligação, as políticas base vão ser na mesma as vindas da União Europeia, mas há que dar oportunidade à democracia e não querer mudar a constituição quando ela não nos dá jeito e em cima do acontecimento. Ainda por cima temos uma coligação que, demagogicamente, fala de mudar a constituição quando sabe perfeitamente que isso é inexequível e está apenas a tentar manter a sensação de revolta do povo até às próximas eleições.

Infelizmente, Portugal entrou numa espiral quase impossível de sair. A austeridade só aumentou o défice e diminuiu o número de empregos, apesar dos 500 mil que emigraram nesta legislatura tenham ajudado às estatísticas. Na verdade, Portugal tem menos 200 mil empregos oficialmente e provavelmente ainda menos na realidade, quando se vê que a muitos desempregados são oferecidos “empregos” em que são pagos 100 euros ou menos por mês por dias de trabalho normais.

Vamos ver como isto corre, eu espero que corra bem, porque Portugal merece mais do que escolher entre duas metades de uma bolacha mole.

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *