Política
CORRENTES POLÍTICAS: INTRODUÇÃO AO SOCIALISMO
Não há uma definição única para socialismo. Esta palavra engloba uma série de ideologias distintas debaixo de uma ideia comum: a posse coletiva e consequente controlo democrático dos meios de produção. Estes “meios de produção” incluem os instrumentos da produção (ferramentas, fábricas), bem como as matérias-primas. Se compararmos o socialismo a uma árvore, então esta ideia constituiria o seu tronco, do qual desponta uma série de ramificações. Dividiremos esta árvore em dois grandes ramos: o comunismo e a social democracia.
O comunismo pode ser descrito como uma ideologia político-económica de cariz socialista que apoia uma sociedade sem classes sociais, sem dinheiro e sem estado. Dentro do comunismo existem diversas correntes distintas, sendo a mais importante o Marxismo, baseado nos estudos de Karl Marx e Friedrich Engels.
Na raiz do Marxismo está o materialismo histórico. Esta teoria defende que economia de uma sociedade é definida pelos seus meios de produção e que o seu desenvolvimento ao longo da história deriva da luta de classes. De um lado, encontra-se a burguesia, detentora dos meios de produção dos quais retira lucro. Do outro, está o proletariado, que vende o seu trabalho à burguesia e que não tem qualquer direito sobre os meios de produção.
A luta entre estas duas classes trará uma revolução cujo estágio final é o comunismo. Entre o capitalismo e o comunismo deverá, ainda, existir um estágio intermédio: a ditadura do proletariado, um estado democrático cujos representantes deverão ser eleitos por sufrágio universal. Esta fase define o momento em que o estado burguês foi totalmente eliminado, mas a economia ainda não se libertou totalmente do capitalismo.
Existem diversas derivas do ramo Marxista do comunismo, sendo as principais o marxismo-leninismo, o trotskismo e o estalinismo. Existem igualmente correntes comunistas não marxistas, onde se podem incluir os diversos ramos do socialismo libertário, como o anarcocomunismo. Esta ramificação procura igualmente atingir o comunismo, defendendo uma sociedade baseada em associações voluntárias de trabalhadores. Os anarcocomunistas rejeitam o marxismo porque, ao invés da existência da ditadura do proletariado como estágio prévio ao comunismo, apoiam uma transformação imediata da sociedade numa sociedade comunista.
Já a social democracia é o ramo do socialismo que defende uma transição gradual do capitalismo para o socialismo. Esta posição opõe-se fortemente à posição comunista que defende que esta mudança deve resultar de uma revolução. Além disso, esta ideologia não tem como objetivo acabar com a organização económica capitalista, querendo, por outro lado, colocá-la sob alçada democrática.
A social democracia moderna afastou-se do ideal socialista, defendendo uma regulação estatal que ajude a aplanar as desigualdades do sistema capitalista. Entre estas medidas encontra-se o chamado “Estado Social”, que é o garante de saúde e educação gratuitas e universais, bem como medidas de proteção do emprego e daqueles que não têm possibilidade de trabalhar.
É a este segundo ramo, a social democracia, ao qual será dado destaque no próximo mês.
Gonçalo
06/04/2016 at 21:00
Bela iniciativa e tentativa de aproximação das pessoas a algo fundamental. Parabéns!